Deus chama, Deus separa pessoas de acordo com a sua vontade. Sou pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, chamada por Deus e motivadas pelo Espírito Santo, há 21 anos. Atualmente trabalho em Linha Nova – RS. Nasci em Rolante RS, trabalhei em Santa Catarina e RS. É gostoso refletir como se dá a caminhada do povo de Deus. É gostoso contar e aprender com as histórias.

Algum tempo atrás uma paroquiana me presenteou com flores no dia da pastora. Fiquei muito feliz, pelo reconhecimento de que necessitamos de ânimo e incentivo em nossa caminhada.

Também, no meu caso, faz parte do serviço da pastora assumir funções extra-paroquiais. Atualmente sou pastora vice-sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho - RS. O meu olhar e o meu cuidado estão, portanto, voltados também para um contexto maior. Isto é, pensar o Sínodo onde existem 28 paróquias que são parte de uma Igreja onde existem outros 17 Sínodos. Neles a comunhão acontece de diversas formas: debaixo de uma árvore, num galpão improvisado, num templo centenário ou num templo recém-inaugurado. Independente do contexto, as necessidades do rebanho são as mesmas.

Pastoras/es acompanham a caminhada das pessoas. Chama-me muito à atenção as diversas fases de uma mesma pessoa e como ela tem dificuldade de perceber que a sua trajetória de vida é algo bem pessoal. É muito rápido tentar envolver a gente na questão. Sempre tento levar a comunidade a reconhecer que todos/as somos limitados/as e que o batismo coloca todos /as a caminho, numa situação de comunhão dos santos. Isto sem perder o alvo colocado: a salvação em Jesus Cristo.

Também há algum tempo atrás recebi uma crítica, por não ter atendido prontamente o pedido de uma família. Fiquei bastante magoada com a situação. Bem mais tarde uma pessoa desta mesma família veio até mim, pediu desculpas pela ocorrido e agradeceu o apoio recebido.

Às vezes, o que resta é dar uma passeada com o cachorro para tentar por as idéias e emoções no lugar.

Ser pastora é poder chorar com os entristecidos, recompor-se e apontar para o Evangelho. É sorrir com os agraciados e destacar a gratidão a Deus.

Também sou membro de uma família e partilho de uma comunidade de fé. Neste trabalho/ministério precisamos perceber que nossa tarefa não é carregar as pessoas e a comunidade sozinhos (não conseguiríamos), mas ajudá-las a compreenderem sua missão em cada novo momento. A Igreja de Jesus Cristo com as suas comunidades é uma forma envolvente para trabalharmos nossas mais diversas necessidades humanas. É um convite para vivermos um pouquinho do Reino de Deus que Cristo anunciou.

Gosto de abrir a janela de manhã e pensar ou até dizer com o salmista da Bíblia: “Ò Senhor Deus, que todo o meu ser te louve! Que eu louve o Santo Deus com todas as minhas forças!” Salmo 103.1

Cristiane Érica Petry
Pastora Vice-Sinodal
Sínodo Nordeste Gaúcho