Quando falamos do movimento da Reforma, logo lembramos de Martin Lutero. Porém fica meio longe a lembrança de outra pessoa muito importante, a mulher de Martin Lutero: Katharina Von Bora. Uma ex-freira que abandonou a vida no convento, para seguir os ideais do movimento da Reforma. Katharina era uma mulher muito corajosa.
Lia de maneira árdua as matérias subversivas contra a Igreja da época. Foi considerada herege para muitos dentro do mosteiro onde vivia. Um dia, juntamente com outras 12 freiras, abandonou o convento. Queria ter uma vida normal como as outras mulheres. Foi parar com suas amigas no Castelo que o Príncipe Frederico havia dado a Lutero, na cidade de Wittemberg.
Após um período, Lutero arrumou um nobre para se casar com Katharina, o qual ela também se apaixonara, mas a família do jovem não aceitou o casamento. Lutero arrumou então outro pretendente, mas aí Katharina se recusou a casar com ele.
Foi aí que a corajosa Katharina disse a Lutero: “ Só caso se for com o Senhor.
Muitos desaprovaram o matrimônio, pois acreditavam que um homem como Lutero, que cujo coração tremia e temia por conquistar um Deus misericordioso, bem como se preocupava tanto com a eternidade e um homem que disse que jamais se casaria, poderia aceitar tal proposta. Mas no dia 13 de junho de 1525 Martin Lutero casou-se com Kathatina Von Bora, numa cerimônia simples. Ele tinha 42 anos e ela 22.
Katharina teve que enfrentar os falatórios da sociedade. Chegaram a chamá-la de vadia. Tanto os doutores, quanto o povo não concordavam que um homem que ensinava o que é certo e errado perante Deus fosse se casar.
Martin Lutero e Katharina Von Bora tiveram 6 filhos e ainda adotaram outros de famílias pobres. Katharina tomava conta da casa, cuidava dos estudantes que lá moravam e assim cozinhava para umas 40 a 50 pessoas diariamente. Educava os filhos, lia, bordava, fazia cerveja, tinha uma horta e ainda criava animais.Compreendia e acompanhava muito bem tudo o que acontecia a sua volta.
Certa vez Lutero estava bastante deprimido, não se alimentava e passava os dias trancado no seu quarto. Estava tomado por dúvidas sobre se o que fazia era ou não vontade de Deus. Katharina vestiu-se de preto e foi visitá-lo. Lutero levou um grande susto e logo pensou se alguém havia morrido. Katharina respondeu: Parece que Deus morreu! A reação de Lutero foi sair imediatamente do quarto e agradecer a esposa que o tirou da depressão.
Obra de Katharina, intitulada “Rosa de Lutero” feita em bordado, que conhecemos muito bem, tem como fundo um coração vermelho, sobre o coração uma cruz preta que representa a cruz de Cristo é também a provação que atrave-ssamos na vida.
A cruz está colocada sobre uma rosa branca que representa a paz e a alegria que Jesus nos dá. Ainda fazem parte o azul, representando o céu e um círculo dourado representando o momento do acolhimento de Deus no paraíso. Esta “Rosa de Lutero”, sintetiza o pensamento central do movimento da reforma.
Isto tudo, quer nos mostrar a fé e a coragem dessa grande mulher. A determinação de uma mulher chamada Katharina Von Bora, muitas vezes não lembrada, mas que com toda certeza, teve uma valiosa contribuição no movimento da Reforma, grande grito libertador, iniciado por Martin Lutero em 31 de outubro de 1517.
P. Altemir Labes