Palavra@ção on-line 7
Ouvindo conselhos
Expediente
PALAVRAÇÃO é uma publicação da IECLB – Secretaria de Formação
Postagem: Portal Luteranos – Setembro de 2013
Colaboração: Secretaria de Ação Comunitária e Conselho Nacional da Juventude Evangélica
Projeto Gráfico: Artur Sanfelice Nunes
Revisão Ortográfica: Elza Maria Lopes Ferreira
Coordenação: P. Antonio Carlos Oliveira
Contato: secretariageral@ieclb.org.br
PALAVR@ÇÃO com uma cara nova e agora em formato digital. Este é um material destinado às pessoas que orientam os trabalhos com grupos de jovens na IECLB. Cada estudo dividido em duas partes, uma teórica (PALAVRA) e outra prática (AÇÃO). Dessa forma, a metodologia conecta a reflexão sobre um assunto importante a sugestões para as atividades da juventude.
Palavra
Oferece uma reflexão a respeito do tema proposto. Dessa maneira, você terá acesso a um subsídio para auxiliar na preparação do estudo desta temática.
Ação
Apresenta sugestões de dinâmicas e atividades para o estudo. Você pode adaptá-las e complementá-las para melhor atender à realidade e às necessidades do grupo de jovens.
Palavra
Pastor Renato Luiz Becker
Como reagir às críticas?
Críticas sempre mexem muito com as pessoas. Há aquelas que, quando criticadas, reagem de forma negativa. Outras assumem postura mais tranquila. Há quem se deixe estatelar no chão; contudo, há as que ignoram as mesmas e seguem a vida como se nada tivesse acontecido.
Quanto mais próxima está a pessoa que critica, tanto mais difícil é lidar com a crítica. Por exemplo, quando pai, mãe, namorado, namorada, professor, professora ou colega diz que não gostou de alguma atitude que tivemos muitas vezes, fechamo-nos para o diálogo. No entanto, importa perguntar: O que está sendo criticado tem fundamento? Deve mesmo ser levado em conta?
Pode acontecer que quem critica tenha a intenção de atacar e enfraquecer a outra pessoa, queira minar sua autoridade e credibilidade; todavia nem sempre tem o intuito de agredir ou derrubar. Quando aplicada e entendida positivamente, pode ajudar a corrigir erros e a melhorar comportamentos. Nesse caso, críticas podem ser conselhos úteis que estimulam e motivam a vida e a convivência entre as pessoas.
Um bom conselho para Timóteo
Nos textos bíblicos da 1ª e 2ª Timóteo, o Apóstolo Paulo encoraja o jovem amigo a ser um bom líder na comunidade de Éfeso. Paulo disse a Timóteo: “Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que creem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza.” (1 Timóteo 4.12). Mas, por que Paulo dá esse conselho? Ora, porque Timóteo enfrentava um grande problema em meio às pessoas mais velhas da comunidade: sua juventude!
Parece que havia algumas irmãs e irmãos que não levavam Timóteo a sério e não davam o devido respeito ao seu trabalho por causa da pouca idade. Notem que Paulo orienta o jovem Timóteo a não permitir que o “desprezem”, que diminuam a sua capacidade de liderança pelo fato de ser jovem. Paulo não lhe aconselha que se defenda e ou que lute contra estas críticas, mas o encoraja a ser um bom exemplo para estas pessoas. Como fazer isso?
Em 2 Timóteo 1.5, lê-se que Paulo relembra ao companheiro a “fé sem fingimento”, a mesma que havia habitado, primeiramente na avó Lóide e na mãe Eunice. Noutras palavras, aquelas duas mulheres já tinham sido exemplos de vida para o neto e o filho. Portanto, ser exemplo na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza significa apresentar-se como um “modelo” a ser levado em consideração pelas pessoas próximas, a agir com a Comunidade, tal qual a mãe e a avó agiram com ele.
As sementes de fé plantadas no coração daquele moço vingaram. Quando adulto, ainda guardava na lembrança tudo o que aprendera no passado com a família. Os conselhos do Apóstolo Paulo, com certeza, também ajudaram, deram segurança e ânimo para que Timóteo pudesse realizar o trabalho como líder da comunidade cristã de Éfeso.
Timóteo foi um jovem protagonista que marcou o seu tempo e faz parte da história das primeiras comunidades cristãs. Afinal, ajuda muitas pessoas a conhecer e seguir a Jesus Cristo. Contribuíram para isso seus dons e talentos, mas também, em grande medida, a capacidade de ouvir de forma positiva os conselhos que recebia das outras pessoas.
Passando a palavra
Críticas acontecem. Em um ou outro momento, surgirão. Algumas podem ser verdadeiras e apontar nossas falhas e fraquezas; outras podem não ter qualquer fundamento. Cada pessoa vai se ocupar com elas de uma forma ou outra, assimilá-las de maneira positiva ou negativa. A crítica é algo com que cada um precisa aprender a lidar. Por isso, é importante cultivar relações de confiança onde todos se sintam a vontade para pedir, ouvir e dar conselhos. Você já pensou em como foram importantes para Timóteo os conselhos do Apóstolo Paulo? É feliz quem encontra uma pessoa amiga e conselheira assim, também em sua vida. Olhe em volta. De repente, você está do ladinho de alguém que tenha este perfil.
Bibliografia
BARCLAY, William. I y II Timoteo, Tito y Filemon – El Nuevo Testamento. Volume 12. Buenos Aires, Editorial La Aurora, 1974.
STOTT, John R. W. Tu porém – Mensagem de 2 Timóteo. São Paulo, Editora ABU, 1982.
QUER SABER MAIS?
Dicas de filmes:
- Gênio Indomável (Good Will Hunting). Ano: 1997. Gênero: drama. Direção: Gus Van Sant. Elenco: Matt Damon, Robin Williams, Ben Affleck. Duração: 126 min. Um jovem humilde que nunca estudou em universidade, se revela um gênio em matemática. No entanto, sua genealidade lógica se contrapõe a sua instabilidade emocional, o que lhe acareta vários problemas. Ele encontra ajuda no diálogo com seu terapeuta.
- O Sorriso de Mona Lisa (Mona Lisa Smile). Ano: 2003. Gênero: drama. Direção: Mike Newell.
Elenco: Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles. Duração: 114 min. Em uma escola tradicional para garotas nos EUA, na década de 1950, uma professora questiona os valores sociais da época, contrariando a severa doutrina da instituição.
AÇÃO
Catequista Juliana Ruaro Zachow
Pastor Fernando Henn
Proposta de Estudo: Ouvir conselhos e partilhar opiniões
Leitura Bíblica: 1 Timóteo 4.1-16
“Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que creem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza”. (1 Tm 4.12).
Esta palavra é um conselho do apóstolo Paulo a Timóteo. Aparentemente algumas pessoas criticaram Timóteo e duvidaram da sua capacidade, apenas porque era jovem. Com certeza, este conselho foi muito importante para Timóteo. Ajudou-o a seguir adiante, a ter confiança em si mesmo e a realizar seu trabalho com coragem.
- Você já aconselhou alguém que passava por um momento difícil?
- O que é mais fácil: dar ou receber conselhos? Por quê?
- Você já ouviu a frase: “Se conselho fosse bom não se dava, se vendia”? Você concorda com ela?
Comentário: Quando lemos trechos bíblicos, percebemos que estão repletos de conselhos que podem nos ajudar a viver de forma mais coerente e a tomarmos melhores decisões. Assim como era no tempo de Paulo e de Timóteo, quem recebe um conselho pode acolhê-lo ou rejeitá-lo. Conselhos não são como obrigações, senão seriam ordens. Somos livres para segui-los ou não. Acontece que, muitas vezes, não gostamos de ter a sensação de que outras pessoas estão se “metendo” na nossa vida. Às vezes, os conselhos parecem vir acompanhados de críticas e de julgamentos, e isso pode bloquear nossa compreensão da situação. No entanto, temos que ter cuidado para não sermos arrogantes e acharmos que sabemos tudo e não precisamos ouvir mais ninguém. Por isso, assim como Timóteo, é preciso que tenhamos amigos e amigas verdadeiros, em quem confiamos e a quem possamos recorrer para pedir ajuda e conselhos.
Dinâmica: Quantos feijões têm no vidro?
Material necessário:
- um pote de vidro com feijões;
- canetas e pedaços de papel para cada participante;
- um quadro ou cartolinas para anotar os palpites;
Preparação: Conte e encha um pote de vidro com feijões. Somente a pessoa que coordena a dinâmica pode saber o número exato.
Desenvolvimento:
1) Forme um círculo com as cadeiras e coloque o vidro com os feijões no centro da roda.
2) Solicite que as pessoas tentem imaginar quantos grãos de feijão há no vidro. Cada participante irá, em silêncio, escrever no papel o seu palpite.
3) Quando tiverem escrito, solicite que cada pessoa diga, em voz alta, o número que escreveu. Quem coordenar a dinâmica, escreve no quadro ou cartolina cada um dos palpites.
4) Feito isso, solicite às pessoas que formem duplas. Cada dupla deve conversar e chegar a um consenso sobre quantos feijões há no vidro. Não precisam ficar presas aos primeiros palpites. De repente, ao compartilharem os palpites, pode surgir uma nova ideia. Depois, peça que cada dupla diga seu palpite.
5) Repita o mesmo processo, com grupos de quatro pessoas, depois de oito e assim por diante até que todo o grupo volte a estar reunido. Depois que o grupo tiver um mesmo palpite, a pessoa que coordena revela o número de grãos de feijão no vidro.
Conversando sobre a dinâmica:
Não importa se o grupo acertou ou não a resposta. O importante é refletir sobre como transcorreu o processo de partilha das opiniões. As perguntas a seguir podem ajudar:
- Como foi partilhar a sua ideia (um palpite) com outras pessoas? Vocês sentiram que os outros ouviram a sua opinião?
- Foi fácil ou difícil acolher a ideia (um palpite diferente) das outras pessoas? Por quê?
- Como podemos relacionar esta dinâmica com a ação de dar e receber conselhos?
Reflexão: Você pode trazer alguns elementos apresentados na parte teórica e, se for o caso, também comentar o seguinte:
Ao dar conselhos as pessoas partilham opiniões e compreensões sobre determinados assuntos. Em geral, fazem isso com boas intenções; entretanto, às vezes, os conselhos podem ser encarados como críticas; noutras vezes, soam como uma obrigação. Nem sempre é fácil escutar as outras pessoas e acolher ideias e pensamentos, principalmente quando divergem dos nossos. Talvez você já tenha passado por alguma experiência assim com familiares ou colegas. No entanto, conselhos são muito importantes. Ajudam-nos a crescer e melhorar. Se você tem alguém em quem confia, peça conselhos - compartilhe ideias. Por outro lado, se uma pessoa pede o seu conselho dê a sua opinião com atenção e humildade. Isso pode fazer a diferença.
Atividade Complementar: Cartão da amizade
Convide a turma para confeccionar um cartão e entregar a uma pessoa de fora do grupo. Pode ser alguém que não esteja participando dos encontros, que está passando por alguma dificuldade ou que esteja comemorando uma data especial... O cartão pode ser feito com uma folha de papel dobrada ao meio. Coloque na capa uma imagem significativa para o grupo. É importante que cada pessoa escreva algo no cartão. Pode ser uma frase de incentivo, um conselho, um convite. A turma pode escolher alguém para entregar o cartão ou, se possível, o grupo todo pode fazer uma visita e levar o que preparou.
Você sabia que...consenso é um acordo que leva em consideração as opiniões de todas as pessoas de um grupo ou comunidade. A decisão por consenso é mais construtiva do que a escolha por votação, onde a maioria ganha. O consenso é um processo que possibilita a todas as pessoas a oportunidade de se sentirem envolvidas e comprometidas com a decisão tomada.