“A menina que roubava livros”, do autor Markus Zusak, foi primeiro concebido como livro e, recentemente, tornou-se filme. A história retrata a vida de Liesel Meminger, uma jovem menina que se deparou com a realidade da morte desde muito cedo, pois a sua infância é vivida durante o período da Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1943. Liesel e seu irmão são enviados por sua mãe comunista, perseguida pelo nazismo, para um bairro pobre de uma cidade alemã, onde seriam adotados por uma casal em troca de dinheiro. O menino, no entanto, morre durante a viagem, sendo enterrado por um coveiro que perde um livro. Este é o primeiro de muitos livros que Liesel toma para si ao longo dos próximos anos. Ela não sabe ler, mas a obra é a última ligação que lhe restara com sua família. À noite, ela tem pesadelos que não a deixam dormir, por isso, muitas delas são gastas com seu pai adotivo, um pintor já um pouco idoso e de bom coração, que lhe ensina a ler. Novos livros não eram facilmente conseguidos, pois antes eram queimados como ameaça ao regime vigente. Liesel os consegue entre as cinzas dos que foram queimados ou então na biblioteca do prefeito, à qual tem acesso através de uma janela não trancada. Os atos são cometidos sob a cumplicidade de um amigo, membro da juventude hitlerista, mas que é capaz de pintar o corpo com carvão e correr pelas ruas, fingindo ser o velocista negro que admira. A amizade também é compartilhada com um jovem judeu, escondido no porão de sua casa pelos seus pais adotivos. “A Menina que roubava livros” é uma história de adversidades e de dificuldades, mas também de esperança e solidariedade. Por isso, tanto o livro como o filme são uma oportunidade de reflexão sobre estas questões tão caras aos cristãos.
Teólogo Joel Haroldo Baade - Brusque/SC
Membro do Grupo Coordenador de ECC da IECLB