A idealizadora do dia das mães foi uma mulher chamada Ana Jarvis, natural dos Estados Unidos. Ana era muito unida com sua família. Seu pai havia falecido em 1902 e três anos depois, sua mãe também faleceu. Com o sofrimento da perda de seus pais, Ana realizou a primeira celebração do dia das Mães em sua própria casa, no segundo domingo de maio de 1907. A celebração foi tão comovente que se repetiu nos próximos anos e como Ana não queria que esta celebração ficasse sendo algo pessoal, ela iniciou uma campanha para que todos os filhos e filhas pudessem honrar e homenagear suas mães vivas ou mortas. Assim, ela enviou cartas, visitou políticos e religiosos até que o presidente dos Estados Unidos proclamou o 2O. domingo do mês de maio como o dia das mães e, aos poucos, esta data foi internacionalizada, sendo que no Brasil a data foi oficializada no ano de 1932.
Toda mulher que é mãe ama, acolhe, cria, gera, protege, dá alimento aos filhos, trabalha, cuida, consola na tristeza, se alegra na alegria, enfim, poderíamos resumir todas as ações de uma mãe com uma única palavra: amor. Ela ama e por isso se doa e também se sacrifica por amor.
Lembro aqui a imagem de um pássaro, o pelicano que pode ser comparado com todas as mães. Quando não há comida suficiente para seus filhotes a fêmea pica o próprio peito para alimentá-los com seu sangue. O amor maternal também é assim. Dá de tudo e faz tudo em favor das outras pessoas. Mãe é amor e é amar.
Quando se lembra o dia das mães também é importante resgatar os textos bíblicos que nos falam de como Deus age, como ele é e quais as imagens que caracterizam nosso Deus. Desde crianças aprendemos que Deus é Pai, é todo-poderoso, outras vezes, na Bíblia, Deus aprece como o criador, como o juiz, o oleiro, o pastor, enfim, algumas imagens que tentam falar sobre como é Deus e de como ele age conosco.
A bíblia revela o amor de Deus para conosco como o amor de uma mãe, que sente a dor como a mulher sente as dores no parto, que consola os filhos como uma mãe cuida deles, cf. Is 66.13: Como a mãe consolo o filho, eu também consolarei vocês; eu os consolarei em Jerusalém. Podemos nos dirigir a Deus a partir da imagem materna, Deus mãe, pois lemos no livro do profeta Isaías 42.14: O Deus Eterno diz: Por muito tempo eu não disse nada, fiquei calado e não respondi, mas agora vou gritar como uma mulher em dores de parto, vou me lamentar e clamar. Deus compara a sua dor pela infidelidade de seu povo como a dor de uma mulher, de uma mãe que vai dar a luz. Em outros textos Deus também revela seu amor por nós, seu povo, cf. Dt 32.10: Como a águia ensina os filhotes a voar e com as asas estendidas os pega quando estão caindo, assim o Deus Eterno cuida do seu povo.
O amor de Deus por nós também é expresso de forma singela e maternal pelo profeta Oséias, capítulo 11: Quando Israel era criança eu já o amava e do Egito chamei o meu filho... Fui eu que ensinei o meu povo a andar, eu os segurei nos meus braços, porém eles não sabiam que era eu que cuidava deles. Com laços de amor e de carinho eu os trouxe para perto de mim, eu os segurei nos braços como quem pega uma criança no colo. Eu me inclinei e lhes dei de comer.
Deus é como uma mãe para cada um de nós, nos chama de filhos/as amados/as, nos ensina a andar, nos segura em seus braços, nos pega no colo como uma criança e nos dá de comer. Existe algo mais precioso do que isto, um Deus como uma mãe, que nos cuida e protege e ensina o BABÁ na fé e no amor. Por tudo isso, nós não precisamos de outros deuses a não ser Deus, nosso criador e cuidador/a.
Assim é e age nosso Deus amoroso que tem compaixão daqueles que sofrem e cuida de seus filhos como uma galinha cuida de seus pintinhos debaixo de suas asas. Esta também foi a comparação que Jesus Cristo usou quando lamentou sobre a cidade de Jerusalém e seus moradores que não haviam entendido o projeto do Reino de Deus que Cristo veio anunciar, e por isto diz que sempre quis reunir os filhos de Jerusalém assim como a galinha reúne seus pintinhos, conforme Lc 13.34.
Jesus Cristo, em seu ministério também se relacionou com muitas mulheres e elas foram testemunhas fiéis de seu projeto do reino de Deus. Muitas delas também eram mães. No texto de Lc 11.27 uma mulher fala para Jesus como uma confissão de fé: Bem aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram. Feliz a mãe que te criou e te sustentou.
Por isso a maior alegria do dia das mães não é o êxito do comércio, a fartura de presentes, mas é saber que Deus nos ama como o amor de mãe, nos consola, nos protege, nos ensina a caminhar, nos segura em seu colo, nos ampara e sente como as dores de parto de uma mulher a dor e o sofrimento de seu povo e se alegra com a vida justa e com o amor concretizado. Um carinhoso abraço a todas as mães.
Pa. Cristina Scherer
P. Litoral Norte Catarinense
São Francisco do Sul -SC