Ministério com Ordenação



ID: 2681

Culto de Gratidão - Mulheres no Ministério. 40 anos de ordenação na IECLB

13/10/2022

 

Proposta litúrgica elaborada para o Culto de Gratidão alusivo aos 40 anos de ordenação de mulheres na IECLB, a ser realizado presencialmente, nas comunidades ou em culto paroquial, previsto para o dia 13 de novembro de 2022 (ou outra data próxima), sujeita a adaptações ao contexto local. Na liturgia da Palavra oferecemos uma proposta de leitura bíblica e pregação no formato de narrativa, intercalada com cantos. A narrativa pode ser encenada ou adaptada conforme a sua criatividade e possibilidade. 

Preparativos: Providenciar o logotipo comemorativo pelos 40 anos de ordenação de mulheres impresso, ou em banner, ou como imagem a ser projetada. Dispor de três fitas nas cores do logo integrando o altar (lilás, roxo e amarelo ouro). Providenciar casinhas para distribuir durante a Liturgia de Encerramento, com o versículo bíblico de Atos 16.15. Elas podem ser feitas de materiais diversos (crochê, feltro, madeira, biscuit, palitos de picolé, porongo ou outros) e com utilidades diversas (para decoração, como porta-chaves, enfeite para cuia de chimarrão, casinha de passarinho ou outra). O seu preparo pode envolver grupos da Comunidade. Considerar a participação de três voluntárias nos papéis de Lídia, Sonia e representante das ministras da IECLB.


 

Culto de gratidão pelos 40 anos de

ordenação de mulheres ao ministério

na IECLB 


13 de novembro de 2022 


Liturgia de Entrada

 

Prelúdio – Elas estão chegando (L e M: Valdomiro de Oliveira, Marcos Gianelli e Francisco Esvael)

Sugestão: executar a canção com um Grupo de Canto, ou no formato do canto coral, ou, ainda, valer-se do vídeo disponível no link https://youtu.be/o9deUd3ybMw. Ao final desta Proposta Litúrgica, oferecemos duas possibilidades de partituras desta canção.

 

ACOLHIDA

 

Com esta palavra bíblica - lema para as comemorações dos 40 anos de ordenação de mulheres na IECLB – acolho (ou: acolhemos), com muita alegria, cada uma e cada um de vocês.

Sejam bem-vindas, bem-vindos a esta casa de oração na qual nos reunimos em culto para celebrar e agradecer a Deus pelas bênçãos que Ele derrama sobre a comunhão de mulheres e de homens que abraçam a Sua missão.

Nos aproximamos dos 200 anos de presença luterana no Brasil (2024) e a celebração da ordenação das mulheres integra essa trajetória. A data comemorativa remete à ordenação de Edna Moga Ramminger (in memoriam), ao ministério pastoral, em 13 de novembro de 1982.

Na presença e na companhia de Deus, trazemos à memória as muitas mulheres que se empenharam para que a possibilidade de servir no ministério com ordenação fosse possível para todas as pessoas chamadas, vocacionadas e preparadas.

“Entrem e permaneçam em minha casa”.

Canto comunitário: LCI 9

Se vens de longe ou de bem perto, esta é tua casa e faremos festa de peito aberto. Deus nos conhece, somos seu povo. Vem te achegando, demos as mãos, pra louvar de novo.

 

DECLARAÇÃO TRINITÁRIA

Aqui nos reunimos em nome de Deus, que nos fez à Sua imagem e semelhança; que em Jesus Cristo, acolhe mulheres e homens com justiça e igualdade; e por meio do Espírito Santo, a Ruah Divina, nos chama, anima e fortalece. Amém.

 

ORAÇÃO DE GRATIDÃO E DE CONFISSÃO DE PECADOS

Amado e Eterno Deus, no início deste culto, nós Te agradecemos pela dádiva da vida. Agradecemos-te pelo Teu cuidado e porque em todos os momentos, Tu estiveste com a Tua igreja. Nesse culto de gratidão, nós Te bendizemos, especialmente, por todas as mulheres que foram amparadas, fortalecidas e encorajadas pela Tua palavra e pelo Espírito Santo, em sua ação, nas comunidades. Obrigada(o) pela sabedoria para lidar com situações adversas que demandaram maiores esforços, criatividade e capacidade de decisão. Graças pela Tua condução ao longo desses 40 anos de ordenação de mulheres. Assim, também, confiamos que nosso futuro como Igreja está em Tuas santas e preciosas mãos.

 

Canto comunitário: LCI 202

Graças, Senhor! Graças, Senhor! Por tua bondade, teu poder, teu amor. Graças, Senhor!

 

Nós reconhecemos, ainda, ó Deus, que falhamos, em diversos momentos, como comunidades, paróquias e demais instâncias da IECLB, quando, em nosso meio, mulheres sofreram preconceito, discriminação e assédio.

Perdoa-nos quando não zelamos pelo mundo que nos cerca como a grande casa que Tu nos concedeste e descuidamos da pessoa necessitada, não damos voz para as que são silenciadas pela sociedade e não acolhemos quem precisa de abrigo. 

Amado Deus, a cruz de Cristo nos lembra do Teu amor e da Tua misericórdia para conosco, que se renovam, a cada manhã. Por isso, como Tua comunidade, clamamos, em conjunto, cantando:

 

Canto comunitário: LCI 34

Ó Deus da Justiça, tem misericórdia de nós. Ó Deus da Justiça, tem misericórdia de nós. Alivia nossa angústia, responde o nosso clamor, concede o teu perdão, ouve a nossa oração.

 

ANÚNCIO DA GRAÇA

A graça de Deus nos é anunciada por meio do Salmo 118. 25-26, onde lemos:

Dou-te graças, porque me respondeste e foste a minha salvação. Isso vem do Senhor, e é algo maravilhoso para nós. Este é o dia em que o Senhor agiu; alegremo-nos e exultemos neste dia. Bendito é o que vem em nome do Senhor.

Acolha, pois, irmã e irmão em Cristo, o perdão do Senhor, nosso Deus, que se revela como Pai e Mãe, Filho e Espírito Santo. Amém.

 

KYRIE

Porque Deus é gracioso, trazemos diante dele o nosso clamor!

§  Clamamos pelas pessoas que são marginalizadas e sofrem violência em sua própria casa;

§  Clamamos por pessoas que não têm um teto para se abrigar e por aquelas que precisam migrar de seu país por conta de perseguições políticas, preconceitos, guerra ou fome;

§  Clamamos pelas mulheres, em nossa Igreja, que sofreram ou sofrem assédio moral ou sexual;

§  Clamamos pelas pessoas que experimentam discriminação com relação ao seu trabalho, no âmbito da Igreja e na sociedade.

§  Oh, Deus, porque em ti confiamos, a uma só voz suplicamos: compadece-te de teu povo, ó Senhor! Tem piedade! Tem misericórdia!

 

Canto comunitário: LCI 61

Compadece-te de teu povo, ó Senhor. Compadece-te de teu povo, ó Senhor.

Tem piedade de teu povo, Cristo, tem piedade, tem misericórdia, tem piedade.

Compadece-te de teu povo, ó Senhor, compadece-te de teu povo, ó Senhor.

 

GLÓRIA

Bendizemos a Deus pelos 40 anos de ordenação de mulheres ao ministério na IECLB. O louvamos porque o Espírito Santo vocaciona e capacita crianças, jovens, mulheres e homens para a Sua Missão. Por isso, em gratidão e alegria, nós O glorificamos, cantando:

 

Canto comunitário: LCI 70

Glória, glória, glória a Deus nas alturas. Glória, glória, paz entre nós, paz entre nós.

 

ORAÇÃO

Santo e Eterno Deus, Tu que em Jesus Cristo acolheste todas as pessoas e a todas anunciaste o Teu Reino de paz, amor e justiça, fala-nos agora, por meio da Tua Palavra, e permita que nos sintamos acolhidas e acolhidos em Tua presença, nesta Tua casa. Assim, Te pedimos, por Cristo Jesus, nosso Senhor. Amém

 


Liturgia da Palavra

 

FORMA A

LEITURA BÍBLICA

Canto comunitário: LCI 151 (Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor)

Leitura do AT: Joel 2.28-29

Aclamação da Palavra: LCI 189 ou LCI 188 (Aleluia!)

Leitura do NT: Atos 16.11-15,40

PREGAÇÃO

CREDO APOSTÓLICO

OFERTA DE GRATIDÃO

FORMA B

 

Dirigente (ministra, ministro ou outra liderança da Comunidade):

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Deus Criador e a comunhão do Santo Espírito sejam conosco. Amém.

Entre as brincadeiras de infância, estão as canções de roda que, em alguns lugares, são conhecidas como cirandas. (Alguém lembra de uma brincadeira de roda cantada e deseja compartilhar?) Também pessoas adultas cantam melodias de cirandas. A letra de uma delas dá o passo a passo da dança, quando diz (recitar pausadamente): “Pra se dançar ciranda, juntamos mão com mão. Formamos uma roda, cantando essa canção”. E foi bem esse movimento que vimos acontecer ao longo da história, com relação à participação das mulheres na missão de Deus.

(Apontar para o logotipo que remete à comemoração dos 40 anos de ordenação de mulheres na IECLB.)

Na arte do logotipo comemorativo aos 40 anos de ordenação de mulheres ao ministério na IECLB, vemos pessoas dançando no ritmo da ciranda. Os corpos acompanham o movimento das fitas coloridas para celebrar a participação de cada uma das mulheres ministras – pastoras, catequistas, missionárias, diáconas e diaconisas - que fizeram e farão história no ministério com ordenação. As cores das fitas e das roupas nos remetem à memória de mulheres da Bíblia, como Lídia, que, com um grupo de trabalhadoras tingia tecidos com cores vibrantes, gerando o sustento para suas famílias, comunidades e apóstolos. O protagonismo daquelas mulheres foi fundamental para o início da igreja cristã na Europa (Atos 16). (Texto adaptado do material explicativo do logotipo dos 40 anos.)

Aclamemos a proclamação de Atos 16, 11-15, 40, que hoje acontecerá por meio de uma narração, cantando: Aleluia!

 

Canto comunitário: LCI 188 ou LCI 189 (Aleluia!)

Narração bíblica: Atos 16, 11-15, 40

Lídia (personagem vestida a caráter):

Eu sou Lídia, de Filipos; uma cidade que fica na região da Macedônia, na divisa entre a Europa e a Ásia. Na língua original em que foi escrito o texto de Atos 16, onde se menciona a minha história, na Bíblia, vocês poderão ler que eu sou uma porfirópolis (dizer o termo bem devagar). Porfirópolis é uma palavra que soa um tanto estranha. Ela diz respeito à minha profissão. Significa que o meu trabalho está relacionado com a cor púrpura, que é um tom de cor que vai do vinho ao roxo. Esse termo, quando relacionado a alguém da minha época, indica que essa pessoa tem a ver “tanto com o processo de produção de púrpura quanto com o da venda da mercadoria por ela produzida”.

Na minha cidade de origem, Tiatira, a cor púrpura é extraída das raízes de uma planta. Lá é bem comum que as mulheres, principalmente, se ocupem com a produção das roupas e a tinturaria dessas peças. No processo de fixação da cor ao tecido, nós utilizamos urina de animal. Vocês podem imaginar que isso não é nada agradável, não é mesmo? Por isso, o meu trabalho é considerado sujo. Eu coordeno uma casa onde outras mulheres trabalham comigo. Hoje vocês diriam que eu sou uma comerciante microempresária. (A respeito das informações apresentadas até então, confira REIMER, Ivoni Richter, Revista de Interpretação Bíblica Latino-americana, p.36-48)

Pois bem! Um dia, na cidade onde moro, em Filipos, estávamos às margens do rio quando dois homens vieram conversar conosco. Um se chamava Paulo e, o outro, Silas. Eles nos falaram a respeito de Jesus. Eu já adorava a Deus, mas, naquele momento, pedi para ser batizada. Eu e minha casa fomos batizadas e convidei os apóstolos para que ficassem hospedados conosco, dizendo-lhes: “Entrem e permaneçam em minha casa”. Assim mesmo vocês poderão ler em Atos 16.15 (mostrar a Bíblia). Era um tempo difícil, de perseguição às pessoas cristãs. Paulo e Silas foram presos e, quando saíram da prisão, novamente os acolhi. Eles nos animaram, fortalecendo toda a comunidade que estava reunida em minha casa, e depois foram embora.

Eu sou Lídia, uma porfirópolis, líder de comunidade, e me alegro de estar aqui com vocês e poder compartilhar este testemunho.

 

Canto comunitário: LCI 151 (Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor)

Dirigente:

Ao longo dos séculos, a participação das mulheres nas comunidades cristãs sofreu muitas restrições por conta de uma cultura que determinava espaços diferenciados de atuação para homens e para mulheres. Mesmo assim, encontramos mulheres em todos os tempos imprimindo dinamismo à vida comunitária ou, mesmo, como protagonistas de novos tempos. Entre elas estão, por exemplo, Clara de Assis, que viveu no século 13, na Itália, e, à semelhança de Francisco de Assis, fundou uma ordem religiosa que agregou mulheres e se dedicou ao cuidado de pessoas pobres. Mencionamos, ainda, as mulheres que participaram do Movimento da Reforma, no século 16, como Argula von Grumbach, Katharina Schütz Zell ou Katharina von Bora (Cf. ULRICH, Claudete Beise; DALFERTH, Helosia Gralow. Mulheres no Movimento da Reforma. São Leopoldo: Sinodal, 2017)

A partir de 1824 até meados do século 20, muitas pessoas emigraram do território que hoje compreende a Alemanha para o Brasil. No testemunho de vida de tantas mulheres que nos antecederam na fé evangélico-luterana até a estruturação da Igreja que hoje chamamos de IECLB, percebemos um movimento de ciranda: cada uma, com seu dom, foi importante e certamente fez diferença na vida da família, da vizinhança, da comunidade ou da instituição a qual esteve ligada.

 

Sonia (mulher teuto-brasileira evangélica):

Olá! Eu sou Sonia. Represento as muitas mulheres imigrantes que foram chegando ao Brasil aos poucos, em busca de melhores condições de vida, especialmente a partir da segunda metade do século 19. Na história, ficamos conhecidas como mulheres teuto-brasileiras, ou seja, nem alemãs, nem brasileiras, porque construímos nossa vida no país que nos acolheu num misto de continuidades e descontinuidades com relação às tradições que trouxemos conosco da Alemanha e as novas vivências que tivemos aqui. Fomos incentivadas a ser “mães da nação”, isto é, a preservar os costumes, a língua alemã e a fé evangélica no seio das nossas famílias, especialmente.

No dia-a-dia, toda a família trabalhava na roça, mas a nós, mulheres, cabia, também, o preparo das refeições, a limpeza e a organização da casa e do pátio e a lida com os animais. Na maioria das casas, nós sempre fomos as primeiras a acordar e as últimas a dormir. Descansávamos com as agulhas nas mãos, tecendo, costurando, remendando. Diante das necessidades cotidianas, nós assumíamos as funções de médica, parteira, enfermeira e cuidadora. Uma vizinha ajudava a outra quando uma criança vinha ao mundo. Os professores também sabiam que podiam contar com as mães como parceiras no ensino das suas crianças e isso os deixava realmente contentes! Muitas de nós aprendiam, ao mesmo tempo que ensinavam suas filhas e seus filhos. Em casa, sempre comemorávamos as datas cristãs importantes como a Semana Santa, o Natal ou Pentecostes e nós, mulheres, cuidávamos dos preparativos, adaptando-nos à realidade brasileira. Na árvore que nos servia de pinheirinho no Natal, por exemplo, não raro, pendurávamos bolachas caseiras decoradas e maracujás.

Sempre estivemos presentes no preparo do espaço dos cultos e das festas na comunidade. Mas, nas assembleias, o direito ao voto pertencia aos homens, com exceção das viúvas, que podiam responder por si e por sua propriedade. Ainda assim, nossa opinião era considerada o pontinho da balança, ou seja, tinha influência nas decisões que o marido expressava em público especialmente porque, no cotidiano, nosso trabalho fazia toda a diferença na renda familiar. Em casa, decidíamos em conjunto sobre o preço da banha, dos porcos, do milho ou da schmier que seria vendida na venda.

Com o passar do tempo, algumas mulheres teuto-brasileiras evangélicas, com maior formação, também vieram da Alemanha ao Brasil ou tiveram condições de estudar. Elas se destacaram em funções de liderança. Entre elas menciono diversas esposas de pastores que trabalhavam nas comunidades, junto com seus maridos, e, também, diaconisas. A primeira diaconisa brasileira foi Sophie Pauline Zink, nascida em Rio Claro/SP, em 1881. Ela foi, também, a primeira diretora do Hospital Alemão em Porto Alegre, hoje denominado Hospital Moinhos de Vento. Em Novo Hamburgo, as irmãs Amalie e Lina Engel, ambas professoras, fundaram uma escola para moças; a atual Fundação Evangélica. Desde 1899 vemos o surgimento de muitos grupos de mulheres nos Sínodos que viriam a constituir a nossa IECLB, mais tarde reunidos sob a nomenclatura de OASE.

Seja em casa, seja na comunidade ou à frente de grupos e instituições, nós contribuímos para a missão da Igreja de Jesus Cristo no Brasil com nossos dons.

(A respeito das informações compartilhadas sobre mulheres teuto-brasileiras evangélicas, confira: https://www.luteranos.com.br/textos/o-pontinho-da-balanca-historia-do-cotidiano-de-mulheres-teuto-brasileiras-evangelicas-no-sul-do-brasil-na-perspectiva-do-privado-e-do-publico. DREHER, Scheila dos Santos. Dissertação de Mestrado. São Leopoldo: EST, 2007.)

 

Canto comunitário:

/: Elas estão chegando pelas portas e janelas, avenidas e vielas.

Elas estão chegando. Elas estão chegando.:/

(Sugestão: cantar somente o estribilho da canção)

 

 

Ministra:

Eu sou ministra da IECLB (ou: eu represento as ministras da IECLB). Entendo que a minha história está na continuidade do testemunho de fé das mulheres que me antecederam. Difícil é responder à pergunta sobre por que demorou tanto tempo para que as mulheres fossem ordenadas, visto que elas sempre foram tão ativas na vida comunitária.

Quando Jesus foi ressuscitado, ele enviou Maria Madalena como sua apóstola, para anunciar adiante que Ele estava vivo, como lemos em João 20.17. Tantas outras mulheres, como Lídia, foram líderes de comunidade (Atos 16.11-15,40). O apóstolo Paulo, na primeira carta aos Gálatas 3.28, anuncia: “Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus.” Felizmente, aquilo que o profeta Joel proclamou e que o apóstolo Pedro repetiu no Dia de Pentecostes, conforme Atos 2.17, aconteceu: “Os seus filhos e as suas filhas anunciarão a minha mensagem”.

Apesar da nossa cultura que, até bem pouco tempo, concebia somente o casamento como o lugar ideal para as mulheres, desestimulando, até mesmo, que elas prosseguissem nos seus estudos; apesar da cultura que entendia que os homens deviam estar à frente na liderança da Igreja e as mulheres deveriam assumir na vida comunitária as mesmas funções que elas executavam em casa, junto à família – cuidar, cozinhar, organizar tudo -; pouco a pouco, também na Igreja, mulheres foram ocupando funções de liderança. Em parceria com os homens, elas continuaram abraçando com paixão a missão de Deus, mas, agora, também tomavam as decisões em conjunto e podiam acrescentar a essas decisões as suas expectativas, o seu conhecimento e a sua experiência.

A primeira mulher a ingressar na Faculdade de Teologia foi Elisabeth Dietschi, no ano de 1966. Em 1970 ela obteve o título de Bacharela em Teologia. A primeira mulher a ser ordenada na IECLB foi Edna Moga Ramminger, no dia13 de novembro de 1982. A primeira mulher a ser instalada como pastora em uma Comunidade da IECLB foi Rita Marta Panke.

Hoje, na IECLB, 1/3 (um terço) das pessoas que atuam no ministério com ordenação são mulheres: diaconisas, diáconas, catequistas, missionárias e pastoras. Assim como as ministras estão em continuidade com a história das mulheres que as antecederam na fé, também a sua presença estimula, por sua vez, a atuação e a liderança de mulheres evangélico-luteranas não ordenadas, em diferentes frentes.

 

Canto comunitário:

/: Elas estão chegando pelas portas e janelas, avenidas e vielas.

Elas estão chegando. Elas estão chegando.:/

(Sugestão: cantar somente o estribilho da canção.)

 

Dirigente:

Irmãs e irmãos! Em grego, língua na qual foi escrito o Novo Testamento, a palavra oikos significa casa. No tempo bíblico do Antigo Testamento e à época de Jesus, a casa abrangia o espaço da moradia, claro, mas, este termo também se referia às pessoas que ali viviam, inclusive quem trabalhava junto a família. Nesse sentido Josué anunciou sua decisão ao povo: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.15). Encontramos essa mesma raiz etimológica – oikos – nos termos ecologia e ecumenismo, por exemplo.

Lídia convidou os apóstolos Paulo e Silas dizendo: “Entrem e permaneçam em minha casa”. A casa de Lídia, seu espaço de vida, é casa que acolhe: acolhe mulheres trabalhadoras que, sob sua liderança, ganham seu sustento. Acolhe seguidores de Jesus que buscam abrigo, proteção. Acolhe uma comunidade cristã que se forma e se mantém também a partir do seu próprio testemunho.

Quando mais casas compartilham do mesmo espaço elas formam uma vila ou um vilarejo. Se houver amor, elas formam uma comunidade: uma unidade em torno de algo comum que é a fé em Jesus Cristo.

Ministras da IECLB, por meio do lema bíblico que acompanha este ano comemorativo, convidam toda a Igreja a celebrar os 40 anos de ordenação de mulheres, com muita gratidão a Deus: “Entrem e permaneçam em minha casa”. As ministras expressam, com isso, seu desejo de dispor de seus dons, do seu conhecimento, da sua experiência para acolher, acompanhar, caminhar junto com as pessoas. Expressam seu propósito de ser casa para quem busca espaço de consolo, de ânimo, de alegria, de construção de relações justas e de parceria para a vivência da diaconia. Desejam continuar na missão de Deus como se faz numa ciranda: juntando mão com mão, casa com casa, vivendo em comunidade, onde cada pessoa é importante – crianças, jovens, mulheres e homens - e cada uma colabora a partir dos dons que lhe são concedidos pelo Espírito Santo. É como diz a canção: “Deus chama a gente pr’um momento novo, de caminhar junto com seu povo. É hora de transformar o que não dá mais, sozinha, sozinho, isolada, ninguém é capaz. Por isso, vem! Entra na roda com a gente, também você é muito importante. Vem!” (LCI 605

 

Canto comunitário:

Sugestão A: LCI 605 (Momento novo). É possível cantar formando uma espiral em movimento. Uma pessoa inicia a dança tomando outra pela mão e assim sucessivamente.

Sugestão B: Canção Ciranda – cantada e dançada em roda, com movimentos circulares, no primeiro momento, para a direita e para a esquerda, e, num segundo momento, ainda de mãos dadas, para dentro do círculo e para fora. A partitura encontra-se ao final desta proposta litúrgica.

 

 

CREDO APOSTÓLICO

OFERTA DE GRATIDÃO

Canto comunitário: LCI 208 (Ao orarmos, Senhor)

 

 

ORAÇÃO GERAL

Deus de Amor! Ao encerrarmos esta celebração de gratidão pelos 40 anos de ordenação de mulheres na IECLB, recordamos, com alegria, do anúncio da Tua Palavra por homens e mulheres e da contribuição de muitas pessoas na vida comunitária, em diferentes contextos, em nosso país.

Sendo assim, nós te pedimos: continua a vocacionar muita gente, também as crianças e a juventude, para o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo nos dias atuais.

Rogamos pela história que ainda será escrita e testemunhada e por cada pessoa que se envolverá em Tua missão.

Intercedemos para que, na IECLB, todas as pessoas possam sentir-se em casa, motivadas e motivados a convidar mais gente para achegar-se e permanecer em Tua casa.

Cuida de quem se encontra em enfermidade. Fortalece o movimento ecumênico e as ações em favor da paz, da justiça e da diaconia. Concede sabedoria às pessoas que exercem autoridade em nosso país.

Acolhe em Tuas mãos a nossa gratidão, desperta o nosso testemunho e concede-nos a Tua paz. Isso Te pedimos, em nome de Cristo e, pela fé, unimo-nos em oração, nas palavras que Jesus nos ensinou, dizendo:

Pai Nosso

 


Liturgia de Encerramento

 

BENÇÃO

Acolher alguém em nossa casa é ser bênção para essa pessoa. Acolher é escutar, é aliviar e é reerguer e envolver com carinho. A generosidade contida nesse gesto de acolher expressa a generosidade de Deus por nós.

Neste sentido, convido: erga a sua mão direita sobre a cabeça de quem está perto, num gesto de bênção para essa pessoa. Estenda a mão esquerda para receber a bênção amorosa de Deus:

 

FORMA A

A bênção do Deus de Sara, Abraão e Hagar;

a bênção do Filho, nascido de Maria;

a bênção do Santo Espírito de amor,

que cuida com carinho, qual mãe cuida da gente,

esteja sobre todos e sobre todas nós. Amém.

(A bênção pode ser falada pela pessoa que ministra o Culto, ou pode ser cantada, conforme LCI 296. Disponível em: https://www.luteranos.com.br/textos/a-bencao-do-deus)

 

 

FORMA B

Que a bênção de Deus nos envolva com amor e sabedoria

Para que nunca nos falte

Alegria no servir

Abertura para incluir

Pão para repartir

Que a bênção de Deus, que nos acolhe por graça e amor, nos encha de coragem para que, à semelhança de Lídia sejamos

Casa que abriga

Comunidade que convida

Igreja que serve e se põe em favor da vida

Que a bênção de Deus nos encha de esperança e de confiança para

Juntarmos mão com mão

E celebramos a comunhão.

Amém

 

Canto comunitário: LCI 293 Dá-nos esperança e paz (caso a sugestão de bênção na Forma A não seja cantada)

 

GESTO

Ao findar deste culto, cada família receberá uma casinha, em alusão ao lema dos 40 anos de ordenação de mulheres na IECLB, que nos motiva a repetir o convite de Lídia uns aos outros e umas às outras, dizendo: “Entrem e permaneçam em minha casa”.

Sugestão: Convidar para imitar, com os braços, o formato do telhado de uma casa, unindo as mãos sobre a cabeça, e repetir, em conjunto, o versículo bíblico de Atos 15.16. Oferecer um abraço a quem estiver próxim@!

 

ENVIO

Vão em paz e acolham o próximo e a próxima, com a casa aberta!

 

POSLÚDIO

____________

Elaborado pelo Grupo de Trabalho da Presidência da IECLB: Miss. Ana Aline Centeno Medeiros, Pa. Carmen Michel, Pa. Marli Lutz, Pa. Mirian Ratz, Cat. Monika Maier e Pa. Scheila dos Santos Dreher

Apoio: Profa. Heidi Stampe e Cat. Erli Mansk

Diagramação: Luz Cordero

 


AÇÃO CONJUNTA
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Não existe nada de tão bom e nada de tão ruim que Deus não poderia usar para me fazer o bem, se eu confio Nele.
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O verdadeiro cristão não vive na terra para si próprio, mas para o próximo e lhe serve.
Martim Lutero
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