Paróquia Ferrabraz

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Um menino, uma praia, um mistério | Isaías 6.1-8

1º Domingo após Pentecostes / Trindade

30/05/2021

 

Amados irmãos, amadas irmãs,

diz uma lenda que Agostinho de Hipona – um importante cristão e Pai da Igreja que viveu nos séculos IV e V – caminhava à beira-mar na praia do Mar Tirreno na Itália, quando encontrou uma criança que, insistentemente, com uma concha, procurava transportar a água do mar para um buraco que havia aberto na praia. Naqueles dias, Agostinho estava estudando a Santíssima Trindade. Ao se aproximar de menino, foi surpreendido pela criança que lhe disse: “Seria mais fácil colocar o mar inteiro dentro deste buraco na areia da praia do que para ti explicar o mínimo que seja sobre os mistérios da Trindade.” Repito a fala da criança: “Seria mais fácil colocar o mar inteiro dentro deste buraco na areia da praia do que para ti explicar o mínimo que seja sobre os mistérios da Trindade.”1

A Trindade é um mistério. Quem somos nós para falarmos sobre o Trino Deus – Pai, Filho e Espírito Santo? O que nós, meros humanos e pecadores, poderíamos dizer sobre os mistérios da Santíssima Trindade? Quem ousaria dizer que conhece todos os mistérios de Deus? Quem procuraria explicar o próprio Deus? Quem poderia encontrá-lo por sua própria inteligência ou capacidade?

Não há outra maneira de ir diante do mistério da Santíssima Trindade senão com um coração prostrado e com uma atitude de adoração. É extremamente perigoso querer aprender e até mesmo falar sobre a Trindade sem humildade e uma atitude de adoração. Querer falar da Trindade sem Adoração seria o mesmo que tentar explicar o gosto de uma laranja sem nunca ter provado uma. Querer falar da Trindade sem humildade seria o mesmo que tentar explicar os grandes mistérios do mundo sem se dar conta dos próprios mistérios da vida tão humana. Por isso, neste Domingo da Trindade, não vamos diante de Deus com arrogância ou prepotência, mas com um coração humilde para adorá-lo e receber daquilo que o próprio Deus revelou de si mesmo nas Escrituras.

O mesmo Agostinho ora a Deus com essas lindas palavras: “E quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação; o homem carregado com sua condição mortal, carregado com o testemunho do seu pecado”2. Diz também Agostinho: “fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti”3. Nós fomos criados para Deus e o nosso coração estará inquieto enquanto não repousar em Deus. Podemos procurar preencher tal necessidade com tantos prazeres ou na satisfação de tantos desejos quanto quisermos. Porém, enquanto não repousarmos em Deus, estaremos inquietos e sem paz. Podemos, nós, dizer ao Deus-Trindade: “tu te arrependes sem sofrer, entras em ira, mas és calmo; mudas as coisas sem mudar o teu plano; recuperas o que encontras sem nunca teres perdido”4. A este Deus e Senhor só nos resta pedir: “Que és para mim? Tem misericórdia, para que eu fale”5.

E assim, após nossa humilde reverência e adoração ao nosso Senhor, pedimos que ele próprio nos dê a entender de si mesmo a partir das Sagradas Escrituras. Afinal de contas, quem é o Deus cristão?

1. PAI

Todos nós temos uma imagem sobre Deus dentro de nossas cabeças, chamada imaginação. Quem sabe pensamos em Deus como alguém velho, barbudo, entroncado, raivoso. Esta era na verdade a imaginação que havia sobre Deus na Idade Média. O deus medieval não era amoroso, misericordioso e bondoso. Ao contrário, ele justificava as atrocidades da igreja da época – guerras e até a morte de mulheres e homens nas fogueiras da Inquisição. Deus era visto como um Pai castigador, ameaçador e dominador. Em nome dessa imagem de deus, os próprios cristãos realizaram atrocidades horríveis contra a humanidade. Foram tantas que o período passou a ser chamado de “Idade das Trevas”. Entretanto, será que este é o Deus que nós cremos? É este Deus que nós encontramos revelado nas Sagradas Escrituras? Quem é Deus, o Pai?

O Pai é aquele que gera o Filho e, com o Filho, o Pai espira o Espírito Santo. De onde veio Deus, o Pai? Ele é o mistério admirável. Existe de eternidade a eternidade. Ele é Pai por causa do Filho Jesus Cristo. Mesmo que não houvesse a Criação e o próprio ser humano, Deus não deixaria de ser Pai, pois é o Pai de Jesus Cristo, seu Filho gerado. O Pai não é o criador do Filho, mas aquele que gera o Filho. Jesus chamava ao Pai utilizando a palavra Abba que expressa a presença de Deus. A partir da experiência com o Pai, Jesus Cristo, o Filho, agiu com misericórdia no mundo e acolheu os pecadores e os pequeninos. Jesus Cristo é o nosso irmão. Sendo assim, o Pai de Jesus é também o nosso Pai.6  O Pai só é conhecido através de Jesus. Do contrário, teremos apenas as costas de Deus como Moisés viu após interceder pelo povo (cf. Êxodo 33). Sem o Filho e sem o Espírito Santo nós não temos como conhecer o Pai.

O Pai é o Criador de todas as coisas. O Pai cria todas as coisas por meio do Filho e na força do Espírito Santo. Deus sopra o seu Espírito. O Pai cria todas as coisas para o Filho, com o Filho e por meio do Filho. O Pai é o mistério último e infinito. ao qual nos cabe apenas a adoração. É a Primeira Pessoa da Trindade e é Deus com o Filho e com o Espírito Santo.

2. FILHO

Enquanto no Antigo Testamento Deus mostrou apenas as suas costas a Moisés, no Novo Testamento temos a própria revelação do rosto de Deus no Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. O Filho não é criado, mas gerado e nascido do Pai. É em tudo igual ao Pai, exceto na paternidade, pois se assim não fosse, Jesus seria um segundo Pai e não o Filho. O Filho é como o Pai, mas não é o Pai. O Filho é a Palavra do Pai, a sua perfeita imagem, assumindo a representação do Pai. O Filho está na comunhão libertadora da Trindade. Jesus Cristo é a própria Palavra de Deus.

Jesus Cristo é o Deus que se esvaziou para mostrar ao ser humano o que é servir (cf. Filipenses 2.7). Ele foi enviado pelo Pai em semelhança ao ser humano (cf. Romanos 8.3), nascido de mulher e debaixo da lei (cf. Gálatas 4.4). Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os seres humanos (cf. 1 Timóteo 2.5). É Jesus quem nos dá acesso ao Pai (cf. João 14.6). Por isso, os cristãos e suas comunidades oram em nome de Jesus (cf. João 14.13). Jesus é o Deus que se faz ser humano sem deixar de ser Deus. É o segundo Adão (cf. Romanos 5.12-21) e por isso era o único capaz de se tornar o próprio pecado para que nós sejamos perdoados e transformados em justos (cf. 2 Coríntios 5.21).

O Filho é o Deus que entrou na história e participou verdadeiramente da nossa condição humana até à morte e morte de cruz (cf. Filipenses 2.8). O teólogo brasileiro Euler Renato Westphal diz: “o Deus que é amor não vive fechado em si mesmo, numa relação narcisista, na qual ele é o próximo de si mesmo. Porque Deus é amor, ele se relaciona em comunhão, pois o amor busca a comunhão”7. Assim, “na cruz não temos somente a morte de um homem que foi vitimado pela injustiça humana”8. Em Jesus Cristo vemos que o “amor da Trindade está na cruz como amor ao mundo que busca comunhão ao se entregar como vítima e sacrifício do amor do Pai”9.

Diante da nossa miséria por causa do pecado, Jesus Cristo se humilhou obediente até a morte e morte de cruz com o objetivo de satisfazer a culpa humana e justificar o ser humano. A salvação está no sacrifício do Deus-Filho que é também o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Levítico 16.1-28; João 1.29). É o próprio Deus quem oferece a si mesmo para a remissão dos nossos pecados. Na Santa Ceia, temos a Presença Real de Cristo que entregou seu corpo e derramou seu sangue pela nossa salvação. A refeição é um ato realizado em memória de Cristo Jesus e de sua terrível humilhação e morte na rude cruz. A Santa Ceia lembra do ato salvífico que o Filho de Deus realizou pelo crente na cruz e o Espírito Santo faz com que esta obra salvífica se cumpra hoje em nossa vida.

Deus se humilhou obediente até a morte e morte e cruz e por isso foi exaltado pelo Pai. Ele foi ressuscitado. O Deus-Filho venceu a morte, o pecado e o inferno. O Filho foi elevado acima de todas as coisas (cf. Atos 2.3; 5.31). Agora, toda língua pode declarar abertamente que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai (cf. Filipenses 2.11). Ele recebeu toda a autoridade no céu e na terra (cf. Mateus 28.28-19).

É importante lembrar que não há uma progressão na revelação. Deus não era o Pai, depois se tornou o Filho e agora é o Espírito Santo. Ao contrário, de eternidade a eternidade o Deus cristão é o Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Um não é maior ou menor que o outro. As três pessoas da Trindade vivem em comunhão circular, plena e verdadeira. Jesus subiu aos céus (cf. Atos 1.9), mas antes de subir prometeu a descida do Espírito Santo que passou a acompanhar os cristãos no espalhamento do evangelho até os confins da terra (cf. Atos 1.8).

3. ESPÍRITO SANTO

Falamos bastante sobre o Espírito Santo no último culto, pois era culto de Pentecostes. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade, aquele que pairava por sobre às águas (cf. Gênesis 1.2) e que inspirou Saul a profetizar (cf. 1 Samuel 10.10). Sua descida foi prometida por Jesus (cf. João 16.7-11). É o mesmo Espírito pelo qual o cristão deve ser batizado (cf. Mateus 28.19), que foi derramado 50 dias após a ressurreição de Jesus (cf. Atos 2.1-4) e que intercede por nós com gemidos em nossa fraqueza (cf. Romanos 8.26). Enquanto a criação geme as dores de um parto (cf. Romanos 8.22), o Espírito Santo concede ao crente a esperança do amanhã (cf. Romanos 8.22-25).

O Espírito Santo atualiza a obra de Cristo para o hoje. Em meio ao sofrimento e dor ele é o Consolador. Ao mesmo tempo, é o Espírito Santo quem revela o pecado e a necessidade de confissão. É o Espírito Santo quem dá o entendimento e discernimento da Palavra de Deus tanto no preparo como na pregação. É ele quem concede a sabedoria para lidar com as situações que se apresentam no dia a dia. É o Espírito Santo que leva o crente à fé.

O crescimento do corpo de Cristo depende do próprio Deus (cf. 1 Coríntios 1.6), um corpo que necessita igualmente de todos os seus membros (cf. 1 Coríntios 12.12-31) e não de divisões (cf. 1 Coríntios 1.10-17). A Igreja está fundamentada sobre Cristo (cf. 1 Coríntios 3.11). O juízo pelo fogo há de provar se o fundamento é perene ou passageiro (cf. 1 Coríntios 3.12-15). Deus edifica sua igreja por meio dos crentes. A igreja está sobre a loucura da pregação (cf. 1 Coríntios 1.18-25) e Deus rejeita a sabedoria humana como loucura (cf. 1 Coríntios 3.19-20). O mesmo Cristo encarnado e ascendido ao céu concede – através do Espírito Santo – os dons para a edificação do corpo de Cristo (cf. Efésios 4.9-12). A Igreja é una (cf. Efésios 4.1-6), santa (cf. 1 Coríntios 1.2), universal e apostólica (cf. Efésios 2.20). A igreja é a congregação de todos os crentes onde há a pregação do evangelho e administração dos sacramentos de acordo com o próprio evangelho.

O Espírito Santo acompanha os batizados enquanto aguardam a consumação dos séculos (cf. Mateus 28.20). A história humana não é um eterno cair no mesmo cíclico e vazio. Pelo contrário, a história da salvação é linear e com um alvo: o novo céu e a nova terra (cf. Apocalipse 21.1-8). Este alvo foi conquistado pelo centro da história da salvação, Jesus Cristo. O próprio Filho de Deus nos ensinou a orar “venha o teu Reino” (cf. Mateus 6.10a; Lucas 11.2b). A partir de sua exaltação, aguardamos a sua volta (cf. Mateus 24.30, 36; Apocalipse 1.7). A morte não tem a última palavra sobre o crente, pois aquele que voltará ressuscitará os mortos para a vida eterna (cf. 1 Tessalonicenses 4.16). O final dos tempos revela também o juízo de Deus sobre as obras humanas (cf. Romanos 2.5; Mateus 25.31-36).

Este é o Deus cristão. O que nos resta é nos achegarmos a ele com um coração humilde e com um espírito de adoração. O Pai só é conhecido através do Filho Jesus Cristo e na força do Espírito Santo que nos convence da verdade. O Deus misterioso é também o Deus que se revelou no rosto amoroso e misericordioso de Jesus Cristo. Se queremos olhar para Deus, basta contemplarmos a fronte ensanguentada de Jesus. Na fronte ensanguentada ferida pela dor do Filho vemos o rosto de Deus como ele é!

Ao mesmo tempo, o Deus-Trindade tem consequências práticas para a vida em sociedade. “Tudo na Trindade é recíproco e é ternário, pois cada Pessoa encontra-se em interação com as outras. A comunhão entre os Presentes trinitários é a essência da Trindade”10. A imagem que temos da Trindade afeta as nossas relações humanas. Se imaginarmos a Trindade hierarquicamente, também no mundo viveremos em uma constante luta por poder e ambição. Esse deus não é o Deus Cristão; se imaginarmos a Trindade como a comunhão fraterna e solidária de três pessoas distintas que se amam e agem uma na outra, a tendência é que assumamos também uma postura fraterna e solidária para com todas as pessoas, trocando o triângulo da hierarquia e ambição pelo círculo do amor e da solidariedade.

No fim das contas, essa é a luta contra o pecado: uma luta contra uma compreensão errada de Deus. O Deus cristão é o Deus Trindade e nenhum outro. A luta do cristão contra o pecado é a luta contra a vontade que está dentro de nós de queremos assumir o lugar de Deus. A luta contra o pecado é a luta para deixar Deus ser Deus para que nós possamos ser humanos. A Trindade nos leva a vivermos uma sociedade unida através do vínculo do amor. É assim que Deus age entre suas três Pessoas. O amor é a forma mais elevada de comunhão. O amor faz com que distintos se entreguem mutuamente11. Deus é ao mesmo tempo comunhão e união.

A própria Trindade é uma boa notícia ao ser humano caído no pecado, no orgulho e na arrogância que oprime seu próximo e pisoteia a boa Criação de Deus. A Trindade é boa notícia para os excluídos e oprimidos. A Trindade como círculo de amor e solidariedade nos leva a praticar o amor e a solidariedade afim de promover a libertação de quem está sofrendo. A Trindade nos leva a não sermos uma hierarquia sobre a Criação, sobrepujando-a e matando-a, mas a sermos um círculo com a Criação, pois precisamos dela para viver. O círculo trinitário nos leva à solidariedade, amor e compaixão para com todas as pessoas, mas também para com a própria Criação de Deus e todos os seus seres.

Esse é o Deus Cristão. Que o Trino Deus nos ajude a compreendermos a palavra desta manhã para que a partir da maneira como as Escrituras revelam o Trino Deus, da mesma maneira possamos agir não com domínio sobre o outro, mas sempre com amor e compaixão, tanto para amigos quanto para inimigos, tanto para com os de longe quanto para com os de perto, assim por diante.

E a paz de Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – que excede todo o entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus,

Amém.


1º DOMINGO APÓS PENTECOSTES - TRINDADE | DOURADO | TEMPO COMUM | ANO B

30 de Maio de 2021


P. William Felipe Zacarias


1 Cf. AGOSTINHO, Aurélio. A Trindade. Coleção Patrística. Vol. 7. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1994. p. 469, nota de rodapé nº 10.

2 AGOSTINHO, Aurélio. Confissões. Coleção Patrística. Vol. 10. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2018. p. 20.

3 AGOSTINHO, 2018. p. 20.

4 AGOSTINHO, 2018. p. 21.

5 AGOSTINHO, 2018. p. 21.

6 Cf. WESTPHAL, Euler. O Deus cristão: um estudo sobre a teologia trinitária de Leonardo Boff. São Leopoldo: Sinodal, 2003. p. 77-87.

7 WESTPHAL, 2003. p. 323.

8 WESTPHAL, 2003. p. 324.

9 WESTPHAL, 2003. p. 324.

10 Cf. BOFF, Leonardo. A Trindade, a sociedade e a libertação. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 16-17, 29. Apud WESTPHAL, Euler. 2003. p. 57.

11 Cf. BOFF, Leonardo. 1986. p. 181-182. Apud WESTPHAL, Euler. 2003. p. 60.


Autor(a): P. William Felipe Zacarias
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio dos Sinos / Paróquia: Sapiranga - Ferrabraz
Área: Missão / Nível: Missão - Coronavírus
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Isaías / Capitulo: 6 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 8
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 62810
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