IECLB e Dia Mundial de Oração - DMO



ID: 2706

Lucas 19.1-10

Dia Mundial de Oração 2016

30/10/2015

 

Dia Mundial de Oração - Cuba

 

4 de março de 2016

“Quem receber esta criança em meu nome, a mim me recebe.”

Estudo Bíblico 2

 

Receber Jesus como Meninos e Meninas

Texto Bíblico: Lucas 19.1-10

 

 

Como é difícil para o adulto, sério, racional e comedido, entender estas palavras de Jesus!

Zaqueu, aquele que subiu em uma árvore, era um homem adulto, rico, chefe dos coletores de impostos para Roma. Por um momento permitiu que sua atenção não se prendesse ao dinheiro e às riquezas, mas em Jesus.

A subida na árvore e a razão de fazê-lo foi o primeiro ato que realizou Zaqueu, não como um adulto rico e corrupto, mas como um “menino”. Subiu por curiosidade, para ver “quem era Jesus”. Uma ação “inusitada”, realizada por alguém de quem não se esperava, mas que, ao fazer-se menino, viu-se frente a frente com a salvação. Imaginem Zaqueu, em um dia comum, passeando pelas ruas de Jericó: um homem maduro, de compleição robusta, de pequena estatura, com roupas luxuosas, amplamente conhecido por todos, odiado por uns, admirado por outros. Pensem em Zaqueu subindo em uma figueira, sem outra razão senão sua curiosidade para ver quem era o visitante do dia.

Em nenhuma parte do Evangelho somos informados que Zaqueu conhecera previamente Jesus. O relato, tal como apresentado por Lucas, não nos dá outra alternativa mais segura do que a de concluirmos que Zaqueu não sabia nada sobre Jesus, nem que o conhecia. Tudo o que ocorreu depois que subiu na árvore foi realmente surpresa para Zaqueu. A curiosidade foi a razão que o levou a subir na árvore e por isso Zaqueu penetrou no “mundo infantil”. Zaqueu não somente subiu na árvore, mas também correu para subir nela. O sentido de urgência se dá novamente, a curiosidade de conhecer Jesus, não a urgência para assegurar um negócio ou tornar-se mais rico.

Essa ação absurda atraiu a atenção de Jesus. Porque todo aquele que se atreve a fazer-se como um menino tem abertas as portas do Reino, pois se atreve a aceitar os “absurdos” do Reino de Deus”.

A segunda ação absurda de Zaqueu foi a de obedecer a ordem de Jesus de descer depressa da árvore e a de receber alegremente o visitante desconhecido. Zaqueu teve mais uma qualidade de menino: obedecer a uma ordem de um adulto, descer depressa de uma árvore, receber em casa um desconhecido.

A terceira ação absurda de Zaqueu foi a de oferecer a metade de seus bens aos pobres e devolver quadruplicado o dinheiro defraudado a outros. Qual empresário sensato, de acordo com os cânones do mundo, oferece a metade de seus bens aos pobres e promete devolver quadruplicado um dinheiro que legalmente ninguém lhe exige? Qualquer empresário sabe que não há retorno financeiro em dar dinheiro aos pobres. Ainda hoje vemos “empresas cristãs”, ou mesmo igrejas, investindo financeiramente em ofertas para os pobres, mas sem desenvolver programas efetivos de mudança social. Sim, a Igreja também está chamada, como Zaqueu, a dar tudo para ganhar tudo; e isto ela, como nós, podemos fazer em um impulso de compaixão. Pois somente quem se coloca na esfera do absurdo divino o faz: “Porque já conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que por amor a vós se fez pobre, sendo rico” (2 Coríntios 8.9).

É importante assinalar que nenhuma motivação egoísta ou de benefício pessoal moveu Zaqueu, nem sequer a oferta de salvação pessoal. De fato, a promessa de Zaqueu de dar seus bens aos pobres é seguida da murmuração dos demais, que acusavam Jesus de haver entrado em casa de um homem pecador. Zaqueu, como faria um menino, decidiu dar tudo como resposta à imensa alegria de sentir-se bem por haver recebido a alguém como Jesus, em sua casa.

A decisão de Zaqueu de fazer-se menino foi a ação que o aproximou de Jesus e lhe deu acesso ao Reino: “Dos meninos é o Reino dos céus”. Jesus abriu a Zaqueu as portas do Reino porque este se fez como menino. Foi sob essa perspectiva que Jesus considerou Zaqueu, e nela definiu o “ser” daquele homem a quem outros viam de outra maneira. Jesus revelou uma relação de cuidado especial para com meninos e meninas, e o relato bíblico não foi contado como metáfora.

Perguntas para reflexão:

O que o texto evoca?
O que de inesperado vemos no comportamento de Zaqueu? Que características dos meninos são refletidas em Zaqueu?
O que significa, sob a perspectiva bíblica, ser como meninos para receber Jesus e o que significa para nós, hoje?
Para nossa existência cristã no mundo atual, o que Jesus ensina, sob a perspectiva dos aspectos éticos e sociais, quanto ao nosso relacionamento com os pequeninos?
No nosso comportamento, quais atitudes devem ser transformadas, para sermos “como meninos”?

 

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Martim Lutero
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