Olá,
O filósofo Nietzsche, parecendo alertar sobre um futuro árduo para a civilização ocidental, em seu livro ‘humano demasiado humano’ escreveu: “Por falta de repouso nossa civilização caminha para uma nova barbárie (...) Uma correção precisa ser feita no caráter da humanidade. Fortalecer em grande medida o elemento contemplativo”.
Eu penso que enquanto sociedade fomos ou somos tão ávidos(as), insaciáveis nos ideais do progresso e desenvolvimento que acabamos desvalorizando algumas coisas vitais. Por exemplo: o ócio, o repouso, a quietude, o arejamento da mente e do corpo, a vida contemplativa.
Nos entregamos a um estilo de vida predatório. Exploramos tanto a natureza, exploramos tanto a nós mesmos, cobramos tanto uns dos outros, uma das outras. Como consequência, fazemos parte hoje do que alguns pensadores tem chamado de a sociedade do cansaço.
Por ultrapassar nossos limites, por termos dificuldades de dizer não, cansamos. Há cansaço no trabalho, em casa, na igreja, no cuidado com os filhos, cansaço mental, emocional. Chega um momento que o corpo, a mente, o planeta vão pedir arrego, como dizemos popularmente.
Uma correção precisa ser feita no caráter da humanidade. Fortalecer o elemento contemplativo, quer dizer, redescobrir uma humanidade profunda, libertadora, que cultiva a simplicidade de ser apenas si mesmo.
Enquanto trabalhamos na formação ou redescoberta de uma mentalidade contemplativa, e nisso a fé cristã pode em muito contribuir, acolhemos ao mesmo tempo a Palavra de Deus que promete não nos deixar num abatimento ou num cansaço perpétuo:
Através do Profeta Jeremias 31.25, Deus comunica: “Vou restaurar os corpos cansados. Vou renovar as almas fatigadas”.
Que assim seja! Que assim encontremos repouso e contemplação para melhor ser e viver neste mundo (e evitar novas barbáries).
Até mais.