Culto e Liturgia



ID: 2653

Salmo 111

Caderno de Celebrações 2019 - Sínodo da Amazônia

04/08/2019

1. Saudação Inicial
Prezados irmãos, prezadas irmãs, estamos reunidos e reunidas em nome de Deus que tem amor de pai e de mãe para conosco. Em nome de Jesus Cristo, nosso irmão e redentor. E em nome do Espírito Santo. Amem!
No Salmo 19.7 lemos:
“A lei do Senhor é perfeita e nos dá novas forças.
Os seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas simples”.

Deus nos trouxe até este lugar. Estamos reunidos e reunidas como seus filhos e suas filhas. Deus se alegra por estarmos na sua presença. Aqui Ele quer renovar as nossas forças e nos dar sabedoria. Sejam bem-vindos! Sejam bem-vindas!

2. Hino: O nosso encontro vai ser abençoado, nº 123

3. Confissão de Pecados

Bondoso e Eterno Deus! Nós reconhecemos que somos tentados e tentadas a vivermos a vida como se tudo dependesse de nossas próprias forças, habilidades e inteligência. Somos tentados e tentadas a pensar que nossa segurança e felicidade dependem somente de nós mesmos. Assim, a medida que passam os dias nos tornamos individualistas. Nos separamos de Ti, de nossos irmãos, de nossas irmãs. Colocamos sobre nós cargas que não podemos carregar e colocamos cargas sobre os outros. O fruto disso são dores, feridas, sofrimentos. Mesmo agindo com muita seriedade e honestidade tornamos nossa caminhada pesada e difícil. Isto não é da tua vontade. Pedimos perdão!

4. Hino: Perdão senhor, perdão!

5. Anúncio do perdão: Deus é fiel e justo e sempre perdoa aqueles e aquelas que confessam com sinceridade. Assim podemos ouvir esta palavra do Apóstolo Paulo aos Gálatas 5.22: “... o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio”.

6. Kyrie
Movidos e movidas por este Espírito de Deus nós também podemos e devemos orar por todos, por todas, que nestes dias passam por dores e sofrimentos. Cantando o hino 56. Pelas dores deste mundo

7. Hino: Pelas dores deste mundo... Ou, outro canto que suplica por “piedade”.

8. Glória in excelsis: Hino: 253 Glorificado (Ou outro “Glória”)

9. Oração do dia

Eterno e maravilhoso Deus! Rendemos-te graças e louvores por teres nos convidado para este culto. Aqui estamos diante de tua presença e estendemos nossas mãos vazias para que tu coloques sobre elas tuas bênçãos e tuas dádivas. Abra nosso corações e entendimentos para que possamos receber o que tu tens a nos dar. Em nome de Jesus Cristo. Amém!

10. Hino: Quão bondoso amigo é Cristo, nº 206

11. Leitura do Salmo 111

12. Hino: Seu nome é maravilhoso, nº 235

13. Pregação

(Obs: É possível confeccionar um arco e uma flecha. Podem ser símbolos que ajudam a cativar o ouvinte).


13.1. Os arqueiros do mestre Hui
No tempo do filósofo chinês Chuang Tzu, havia na localidade de Chu uma escola de arqueiros. Ali o mestre Hui acolhia alunos vindos de todos as localidades da região. Nesta escola os alunos aprendiam tudo o que diz respeito à arte de usar o arco e a flecha. Aprendiam o que era necessário para se obter um bom arco: a escolha da vara de madeira, a melhor época para o corte da árvore, a técnica de deixar secar, o seu preparo para que ganhasse a melhor elasticidade possível, o preparo da vara para receber o barbante, a forma de trançar o barbante, a forma de amarrar o barbante na vara, a envergadura ideal para não cansar a madeira, enfim, ali se aprendia todos os detalhes da construção de um bom arco. Igualmente se aprendia a fazer as flechas: a varetas específicas para cada tipo de flecha, a forma de prepará-las para que não entortassem, os diferentes tipos de flechas para diferentes objetivos, as flechas para longos tiros, as flechas para abater animais a curta distância, as flechas para a guerra e assim por diante.
Outra parte do aprendizado dizia respeito ao manuseio do arco e da flecha. Ali aprendia-se sobretudo três quesitos: rapidez, precisão e distância nos tiros de flecha. Primeiro aprendia-se cada coisa em separado e para os mais adiantados iniciava-se o aprendizado do uso dos três quesitos em forma combinada. Por meses e anos passavam os alunos ali na escola, ao lado do mestre e seus ajudantes, até que soubessem dominar com a maior destreza possível a arte do arqueiro.
Todos os anos, no início da primavera, ocorriam os jogos da escola de arqueiros. Era o momento esperado por alunos e ex-alunos. Nos jogos cada qual queria mostrar que tinha sido um bom – senão o melhor – aluno de Hui em alguma categoria. Os jogos eram divididos em muitas modalidades: precisão, rapidez, força, distância... E tudo isto separado ou combinado de diversos modos. Mas, em todas as categorias, cada competidor tinha direito a somente um tiro. Uma das modalidades mais cobiçadas era o tiro à distância. Ali era necessária a combinação de uma série de fatores. Primeiro eram necessárias boas pré-condições, ou seja, um bom arco, uma flecha excelente. Sem isto, nem se podia aventurar na competição. Depois disto era preciso saber analisar a velocidade do vento, o melhor ângulo para o tiro, saber esticar o arco até o máximo de sua potência e disparar o tiro no momento certo.
Acontecia que muitos arqueiros, no afã (vontade + ansidade) de vencer a competição de tiro à distância, retesavam (forçavam) o arco ao máximo e, querendo mais ainda, puxavam o mesmo um pouco mais. E aí o arco se rompia. Chorosos, por terem que sair da competição sem nem sequer conseguir demonstrar nada de sua habilidade, estes arqueiros iam procurar consolo no mestre Hui. Este, tinha sempre a mesma palavra:
- Se retesas o arco até arrebentá-lo, desejarias ter parado antes.

13.2. O questionamento do mestre é importante: você sabia o quanto o arco poderia resistir nesta manobra. No entanto, você o forçou além de sua resistência até arrebentá-lo. Não houve, no momento da manobra, de tua parte, o desejo de parar quando o arco estava em seu limite?
13.3 . Um aspecto importante é o conhecimento que o arqueiro tinha do seu arco. O arqueiro tinha plena consciência de cada parte e de cada particularidade do seu arco. Ele é que desenvolvia cada parte do arco, escolhia os materiais, bem como, decidia como se desenvolveria todo o processo de construção. E sempre optou pelo melhor material e pelo melhor processo de construção.
13.4. Quero convidá-los, convidá-las a nos colocarmos no lugar do arqueiro e do arco. Também nós somos pessoas capazes de desenvolver atividades, relacionamentos, projetos, trabalhos. A primeira pergunta que precisamos nos fazer é: nós nos conhecemos a nos mesmos como o arqueiro conhecia o seu arco. Sabemos de nossas forças, de nossas potencialidades, de nossas habilidades, de nossas fragilidades, de nossos medos, de nossa sabedoria e de nossa ignorância nos mais diversos assuntos da vida?
Nós temos consciência de quanta carga podemos colocar sobre nós mesmos na realização de nosso trabalho, de nossos relacionamentos, de nossos projetos?
Os arqueiros tinham pleno conhecimento da potencialidade do seu arco, mas mesmo assim, forçavam um pouco mais, na fantasia de que poderiam conseguir um pouco mais e acabavam por perder o arco e a possibilidade de participar da competição.
13.5. Ainda hoje, existem pessoas que desenvolvem seu trabalho de forma física. Braçal, como falamos. Encontramos muitas pessoas que não respeitaram os seus limites. Carregaram ou levantaram pesos elevados. Ou pessoas que trabalharam horas muito além do aconselhável e hoje tem seqüelas. Algum tipo de limitação.
Também podemos pensar nos relacionamentos. As pessoas, as vezes, decidem resolver suas diferenças de maneira violenta. Com palavras que machucam. Com discussões ofensivas. Assim, relacionamentos se rompem.
Na comunidade também podem acontecer estes momentos de rompimento. Quando decidimos resolver tudo o mais rápido possível. Deixando de lado o diálogo e a partilha. Não tendo cuidado com os encaminhamentos e com as palavras. Assim, muitas vezes, os encaminhamentos e projetos não tem sucesso. Então nos perguntamos, o que aconteceu? Ocorre que no lugar de compreensão, afeto, amizade, surgiram desentendimentos, ressentimentos, feridas, mágoas.
13.6. Agimos, com muita facilidade, como os arqueiros do mestre Hui. Forçamos a nós mesmos e, também, situações, causando rompimentos. Feridas. Sofrimentos.
13.7. Precisamos de equilíbrio. Nos conhecermos a nós mesmos. Nossas potencialidades e fragilidades.
13.8. Precisamos, também, reconhecer no outro, na outra, uma pessoa. Um ser humano que tem potencialidades e fragilidades que devem ser aproveitadas e respeitadas.
13.9. Precisamos buscar a sabedoria e exigir do arco, de nós mesmos somente a força que temos e com equilíbrio preservarmos nossa saúde, nossos relacionamentos, nossos projetos.
14. Canto: Palavra não foi feita para dividir nº 415
15. Leitura de Mt 6.25-34 (Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje).
Vamos destacar alguns aspetos da fala de Jesus aos seus ouvintes e que nós precisamos ouvir também.
15.1. Jesus diz: “Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades”. Cada dia temos preocupações e cuidados. Nós devemos cuidar destas situações com todo zelo e prudência. Em lugar algum Jesus afirmou que devemos deixar de nos ocupar responsavelmente com as preocupações do dia de hoje.
15.2. Preocupando-nos responsavelmente com as preocupações do dia hoje estamos, também, nos preocupando com o dia de amanhã. Por exemplo: ao fazer uma semeadura devo fazê-la com capricho. Pois, a semeadura de hoje frutificará a colheita no dia de amanhã.
15.3. Jesus afirma: “... não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações”. Ocupar-se com as preocupações do dia de amanhã significa deixar que estas preocupações tomem nosso tempo e a nossa energia das ocupações do dia de hoje. Além disso, tem um agravante:
As preocupações do dia de manhã, em grande medida, não existem e são formuladas pela nossa mente. Com a mente produzimos preocupações que supostamente teríamos no dia futuro. E a mente é pródiga. A imaginação é capaz de produzir muitas situações fictícias, imaginárias.
Desta forma, esta produção de situações imaginárias é um peso extra em nossas vidas. Colocamos sobre nós mesmos ou sobre pessoas cargas que podem não se concretizar ou que podem se apresentar de forma totalmente diferente no dia de amanhã.
Lembram do arco. Ele não se rompia por ter de suportar o peso para o qual estava preparado. Ele se rompia quando se colocava um peso extra sobre ele. Quando se puxava o arco mais do que ele podia resistir.
Quando Jesus diz para não nos preocuparmos com o dia de amanhã não está nos convidando a imprudência. Mas, afirmando que nós podemos resistir somente o peso de cada dia. Este peso nós devemos carregar. No entanto, não devemos criar um peso extra que nem sabemos se vai ou não existir.
15.4. Agora precisamos entrar no tema da confiança. Preocupar-se com supostas preocupações do dia de amanhã revela que depositamos nossa confiança em nossas próprias forças. Isto representa um risco. Pois, confiar-me totalmente a mim mesmo significa confiar em alguém que é falho, alguém que tem limites, alguém que desanima, alguém que jamais terá um entendimento completo da complexidade das situações e da vida. Confiar em mim mesmo no sentido de garantir a minha existência é confiar em um arco e uma flecha que quebram. Por isso, quando nos preocupamos com as preocupações do amanhã, Jesus nos conforta dizendo: “O pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam tudo isso”. “Vocês valem muito mais do que os passarinhos”.
15.5. Jesus Cristo se preocupa conosco e tem uma proposta que nós precisamos ouvir e considerar. Ele diz: “... ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas”.
O Reino de Deus e aquilo que Deus quer acontecem entre nós. É necessário percebermos. No evangelho de João 13.34-35 Jesus diz: “Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como eu vos amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos e discípulas”.
É amando com o amor com que Jesus nos amou que encontramos segurança. Este amor se transforma em escuta, compaixão, compreensão, aceitação, inclusão, cuidado, solidariedade, justiça, cuidado pela criação.
O amor de Jesus Cristo se transforma em atitudes concretas que amparam, dão segurança e sentido de vida para as pessoas.
A pessoa que depositar sua segurança existencial em si mesma e nos seus bens, pode ser a pessoa mais rica do mundo, será apenas uma pessoa desgraçada. Ela se rodeará de grandes muros, de arrame farpado, de fios elétricos, de câmeras, de seguranças e sempre se sentirá insegura. Não confiará nas pessoas, ao contrário, as usará, explorará, pisará sobre elas para subir e conseguir aumentar seu poder.
Nós precisamos escolher. Devemos ouvir a proposta de Jesus. A nossa segurança e sentido de nossa vida vêm do Reino de Deus e daquilo que Deus quer que façamos. Vem do amor de Jesus com o qual devemos amar nossas semelhantes e nossos semelhantes.
Portanto, preocupemo-nos zelosamente com as preocupações do dia de hoje. Façamos uma semeadura zelosa no dia de hoje. Façamos o plantio do amor de Jesus em atitude concretas como: aceitação e cuidado do outro e da outra, tenhamos compaixão, compreensão. Busquemos a justiça e pratiquemos a solidariedade. Cuidemos da criação, nosso lugar de vida.
Deus, nosso Pai, sabe do que precisamos. Aceitemos o seu convite e seu caminho. Assim, as preocupações do dia de manhã não serão um peso em nossa vida. Eu creio nesta proposta de vida. Convido para que todos, todas creiam também! Amém!

16. Confissão de fé: Credo Apostólico
17. Hino e motivação para a oferta de gratidão
Comunicar o destino da oferta....

18. Oração de intercessão e Pai Nosso
(Obs: Cada comunidade pode recolher motivos para esta oração de acordo com suas necessidades. Enlutados, doentes, aniversários....).

Oração
Santo e eterno Deus! Tu conheces a cada um e a cada uma de nós. Sabes que somos inclinados e inclinadas a deixar que a ansiedade determine nossas atitudes, nossos projetos, nossas relações. Temos muitas preocupações com o futuro e, isto, muitas vezes causa a deterioração de nossa vida e de nossas relações contigo e com nossos semelhantes e nossas semelhantes. Nós te rogamos:
- nos dê entendimento e sabedoria para que possamos nos preocupar responsavelmente com o dia de hoje;
- nos dê perseverança e alegria para fazermos boas semeaduras no dia de hoje para termos uma boa colheita no dia de manhã;
- nos dê confiança para confiarmos que estamos assegurados e asseguradas por tua mão e por tua misericórdia. Tu sabes de tudo o que nós precisamos.

(Outras súplicas podem ser acrescentadas...)

Pai nosso...
19. Avisos
20. Hino Final: Obrigado Pai celeste, nº 285
21. Benção Final
Que Deus, nosso bom Pastor
Que Jesus Cristo, o caminho, a verdade e a vida,
e o Espírito Santo, nosso auxiliador,
vos abençoem e vos guardem, hoje e sempre. Amém!
Ide em paz e servi ao Senhor. Amém!


Obs: Todos os cantos são do Hinário Luterano - Sínodo Amazônia.
O único canto que não encontramos neste hinário é o canto “Pelas dores deste mundo, ó Senhor”.
 


Autor(a): P. Leomar Pydd
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Área: Celebração / Nível: Celebração - Liturgia
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 52123

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Isaias 49.5
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