"Você não está longe do Reino de Deus".

O que faz alguém ser um bom cristão?

04/11/2018

Marcos 12. 28 Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: De todos os mandamentos, qual é o mais importante? “ 29 Respondeu Jesus: O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. 30 Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. 31 O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes”. 32 Muito bem, mestre, disse o homem. Estás certo ao dizeres que Deus é único e que não existe outro além dele. 33 Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas”. 34 Vendo que ele tinha respondido sabiamente, Jesus lhe disse: Você não está longe do Reino de Deus. Daí por diante ninguém mais ousava lhe fazer perguntas.

O que faz um bom cristão é:

Hoje é dia de ENEM. Marque você também com um X a sua escolha.

(. ) Ser da mesma etnia.
(. ) Ser batizado.
(. ) Orar antes das refeições e ao dormir.
(. ) Ler a Bíblia diariamente.
(. ) Tomar a Ceia do Senhor uma vez ao ano.
(. ) Vir ao Culto de Natal.
(. ) Ter uma vida digna e elogiada.
(. ) Ter uma moral elevada.
(. ) Fazer parte do presbitério.
(. ) Nenhuma alternativa acima.

Começo com um desabafo.

Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.

É isso que devemos fazer, Senhor, nosso Deus?

Mas eu não consigo fazer isso!

Não há nada de pessoal contra Ti, Senhor, em não conseguir fazer isso. Pelo contrário, de Ti tenho uma vida relativamente boa e confortável. Às vezes acho que algumas coisas poderiam ser diferentes, mas no final, vejo que tudo foi para o meu próprio bem. Senhor, entre mim e Ti não há nada que pudesse prejudicar em meu desejo de Te amar.

No entanto, meu coração não consegue entrar no mesmo compasso quando vejo a miséria deste mundo. Meu coração, minha alma e meus pensamentos entram em conflito quando vejo o caminho natural que este mundo está tomando, quando percebo o destino cruel que aguarda a humanidade se não houver uma mudança radical. Se Tu, Senhor, és aquele que está por detrás de todas as coisas, como vou poder amar em meio este caos?

Gostaria que Tu soubesses, Senhor, que não estou com esta preocupação em minha vida simplesmente seguindo o que outras pessoas dizem e espalham por aí. Pode ter certeza: tenho refletido, tenho ouvido, tenho estudado, tenho analisado o mais profundamen-te possível todas as verdades e mentiras que me rodeiam.

Algo me prende a Ti, Senhor. Nem consigo explicar. Algo que criou raízes em mim há muito tempo e que me faz interessar em Ti por saber que não há outro caminho. Há momentos em minha vida - como o de agora - que me faz distanciar dos hinos da Reforma, especialmente o Castelo Forte, me faz distanciar daquela imagem dos monges orando e meditando horas sem parar, me faz ficar longe das pessoas com o título de teólogas e que fundamentam suas razões em intermináveis conjecturas, me fazem distanciar dos defensores das causas dos índios, dos negros, das mulheres, dos injustiçados quanto ao gênero, dos famintos e órfãos. Há muita coisa falsa nisso.

Preciso me aproximar novamente de Ti, Senhor. A questão é “Ame ao Senhor”, e isso gostaria de aprender a fazer. Me interessa amar a Tua pessoa, Senhor. Mesmo que isso seja, neste momento, apenas uma pequena brasa viva debaixo das cinzas da minha fé. 

Olhando ao meu lado

Depois deste meu desabafo com Deus, a quem devo e quero amar, posso olhar para a segunda parte do mandamento: da mesma forma que amo a Deus, amar a pessoa que está ao meu lado, meu próximo.

O amor que parece tão impossível, assim acredito, só se torna possível quando há tempo para aproximação. À medida que nos aproximamos de Deus, nos aproximamos das pessoas e para elas dedicamos o nosso tempo. 

Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta falecido em 1961, em sua obra A Vida Simbólica afirma que todos os meios para economizar tempo, entre os quais estão as facilidades de comunicação e outras comodidades, paradoxalmente não economizam tempo; só servem para encher o tempo disponível, de forma que não se tenha tempo para mais nada. Disso resulta forçosamente uma pressa febril, superficialidade e fadiga nervosa com todos os sintomas concomitantes como ânsia por estímulos, impaciência, irritabilidade, vacilação etc. Este estado pode levar a várias coisas, mas não a uma cultura maior do espírito e do coração.

Me parece que é exatamente por isso que hoje, muito mais intensa-mente que há 60 anos, estamos vivendo este déficit de amor. O amor exige tempo. É uma necessidade – como beber ou comer –, é uma ânsia de entendimento e respeito com os outros. É fácil sentir-se totalmente tragado pelo amor quando se está em um relacionamento romântico.

Mas a verdadeira questão hoje é: como demonstrar amor a um amigo ou amiga, ou a uma pessoa estranha, a um adversário que se colocou contra minhas escolhas nos últimos episódios vividos pela sociedade brasileira, quando se está cheio de preocupações e medo sobre a própria vida e futuro?

Apenas três simples iniciativas

...podem ser fundamentais para uma no-va compreensão de AMOR. Isso, não de forma teórica, mas muito prática.

• Se nada puder ser feito, apenas ouça. Se você puder, tenha tempo di sponível para as pessoas de forma que partilhem o que elas querem ou necessitam compartilhar. Amor precisa de tempo. Sem tempo, não há como investir em amor. Ah, como andamos sem tempo.

• Estar presente, mesmo quando é doloroso. Amar é renunciar conforto e tranquilidade. É importante “desfrutar” a dor dos outros, sentir suas angústias nos momentos que se dedicam a alguém. É ter empa-tia (palavrinha da qual falaremos muito no próximo tema da Igreja).

• Use cores brilhantes. Seja brilhante. Seja vibrante. Faça as coisas de forma vibrante. Basta trazer a cor vibrante para alguém para se ver como é poderosa e amada a outra pessoa. Roupas de cores brilhantes e sorrisos sinceros irradiam luz, alegria e esperança. Um sorriso brilhante ajuda a desarmar a resistência ao amor.

• O amor é recebido à medida que se dá amor.

É bem por isso que o texto bíblico registra com tanta autoridade: “...se não tiver amor, nada serei. (1 Co 13.2). E, finalmente, o protagonista deste amor: “Porque Deus amou ... de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”, Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Se, num primeiro momento, observamos que é praticamente impossível amar a Deus, vamos amar a pessoa ao nosso lado. Uma atitude levará a outra a um bom desempenho. Multipliquemos o amor e colhamos mais amor.  Amém.


Autor(a): Pr. Rolf Rieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Rio de Janeiro - Martin Luther (Centro-RJ)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 12 / Versículo Inicial: 28 / Versículo Final: 36
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 49767
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Martim Lutero
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