Ter a quem recorrer, ajuda a clarear o rumo e acertar a direção!

17/05/2016

Era sexta-feira e, à noite, eu participaria de uma celebração ecumênica na periferia de uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A distância de pouco menos de 40 km seria facilmente percorrida, em menos de uma hora, em horários de tráfego pouco intenso. Mas, sabendo que às sextas-feiras o trânsito tende a ser mais carregado, calculei que deveria reservar, pelo menos, duas horas para o deslocamento e que isso deveria me possibilitar chegar com tranquilidade e com alguma antecedência. Então, saí da capital às 18 horas.

No caminho, não houve grandes surpresas, porém, já eram 19h45min quando cheguei ao centro da cidade de destino. Só nesse momento decidi ligar o GPS para que me levasse ao endereço indicado; ele me informou que a distância a ser percorrida ainda era de 12 km. Essa foi minha primeira surpresa e a outra veio logo em seguida: o aparelhinho (que considero uma das melhores invenções dos últimos tempos!) me mandava ir numa direção que eu desconfiava estar errada. De fato, eu não sabia exatamente onde deveria ir, mas tinha recebido algumas orientações do padre da paróquia para onde eu me dirigia.

Resolvi parar num posto de combustíveis e pedir mais informações, ao menos para saber se o GPS poderia estar certo. A pessoa que me orientou passou muita segurança, confirmou que eu ainda estava bastante distante do meu destino. O início da rota indicada estava alinhado com o rumo que meu guia eletrônico apontava. Segui as coordenadas recebidas, porém, depois de algumas quadras de “vire à esquerda, depois à direita, siga em frente até o final da rua e vire à esquerda...” o GPS me mandou para um lado oposto e optei por obedecê-lo. Andei muito, mas, enquanto eu percorria quilômetros, a distância até o destino informada pelo GPS variava em poucos metros. Já faltavam cinco minutos para o horário de início da celebração e eu sentia que algo estava errado - embora aquela maquininha “inteligente” continuasse me orientando com a mesma voz firme de antes, mandando seguir em frente. Enquanto eu me movia, apelei pra Deus - que me desse tranquilidade e me ajudasse a chegar onde eu sabia que era esperada. A rua foi ficando mais deserta, a distância entre as casas aumentava e eu tinha a impressão de estar indo para uma roça e não para um bairro de periferia.

Na primeira oportunidade, quando encontrei gente em frente a uma casa, parei para perguntar se meu rumo estava correto. Em bom “mineirês” a pessoa, muito atenciosa e cordial, respondeu: “Nó, dona, a senhora tá é longe; esse endereço fica lá pro outro lado da cidade”; e passou a me dizer o que eu tinha que fazer (retornar, pegar uma rua assim, ir até determinado ponto, virar nem sei mais para que lado...) e meu coração já disparado nem me deixava prestar atenção direito. De repente, parou de explicar e disse: “espera aí; deixa eu perguntar pr’aquele meu vizinho” (que estava saindo com seu carro da garagem). Esperei, mas fui buscando meu celular para avisar o padre sobre meu atraso. Antes que o fizesse, o gentil senhor veio correndo e disse: “dona, segue aquele carro, que tá indo pro lado que a senhora vai; ele vai te deixar lá”! Graças a Deus – pensei! Segui o carro, já desligando o mal informado GPS. Durante o percurso, agradeci a Deus pelos “anjos” que havia enviado para me acudir naquela situação.

Apesar de um pequeno atraso, as pessoas que me aguardavam não manifestaram nenhum descontentamento. Pelo contrário, muitas delas, com quem me encontrava pela primeira vez, acolheram-me com abraços que interpretei por sinceros e me ajudaram a recuperar a serenidade necessária para celebrar o fato de estarmos vinculadas pela fé no mesmo Deus.

Claro que chegar ao meu destino, preferencialmente, no horário programado, não era uma questão de vida ou morte. Muitas vezes penso que eu não deveria importunar a Deus com certas demandas; acho que as coisas corriqueiras e de menor importância cabe a mim resolver. Por outro lado, ao lembrar que a oniciência e a onipresença são atributos desse Deus no qual eu creio, também considero que posso invocá-lo sempre que alguma coisa me aflige; confio que Deus, com sua grandeza e bondade, saberá lidar com todas as demandas que recebe, simultaneamente, independentemente do juízo de valor ou importância que eu possa fazer. Então me entrego e me deixo amparar.

Que a ação do Espírito Santo em nós, com seu sopro criativo e livre, permita-nos viver cientes de que Deus está sempre por perto e, prontamente, nos ouve e acode em todas as situações em que assumimos nossas limitações e a necessidade do seu amparo e da sua ajuda. Amém. (Leia o Salmo 34)
 


Autor(a): Pa. Aneli Schwarz
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 37966
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