São evangélicos alguns "sanguessugas"?

10/11/2005

São evangélicos alguns sanguessugas?

Não causa surpresa, mas, sim, indignação, o fato de aparecer na lista da CPI dos sanguessugas vários nomes de parlamentares “evangélicos”. Não causa surpresa, pois, infelizmente, várias pessoas que se dizem evangélicas têm manchado esse santo nome e não é de hoje. Mas causa indignação, pois o nome ‘evangélico’ tem sido muito mal utilizado. Quantas pessoas, mal informadas, colocam todos os evangélicos no mesmo “saco”, como se todos fossem iguais. Mas será que são mesmo evangélicos alguns parlamentares “sanguessugas”? Alguns deles podem até fazer parte de uma bancada evangélica no congresso, mas daí a serem realmente evangélicos vai uma longa distância. Quem faz mau uso do poder não tem legitimidade para ser chamado de evangélico.

Quando a imprensa apura algum escândalo onde evangélicos estão no meio, alguns crentes logo dizem: “Estão perseguindo os evangélicos!” Mas isso não é verdade! Não podemos cair nesse jogo. A verdade é para ser dita! Devíamos é agradecer, pois os nossos olhos foram abertos.

Para ser sincero, parte da culpa por haver maus evangélicos na política é de lideranças de algumas igrejas evangélicas. Elas apóiam a candidatura desse ou daquele político que se diz evangélico, pois, como é dito, e mal dito, por aí: “crente vota em crente”! Não sou contra a participação ativa dos evangélicos na política. Creio que todo cidadão de bem que tem vocação para servir a nação pode e deve se candidatar. Mas é inaceitável que pessoas que se dizem ‘evangélicas’, além de não ter vocação nenhuma para a política, ainda fazem mau uso dela, em benefício próprio. É inaceitável que qualquer igreja apóie esse ou aquele candidato esperando receber alguma coisa em troca. Aliás, é inaceitável qualquer tipo de apoio da igreja a algum candidato ou partido político. O que a igreja pode e deve fazer é orientar os fiéis para que pensem muito bem em quem votar, mas nunca, indicar.

Como evangélicos, deveríamos refletir mais sobre política. Não vamos permitir que ninguém “faça a nossa cabeça”. Não caia no “crente vota em crente”. O “crente” deve é votar na pessoa que é mais capacitada para exercer a função, independe se ela é ou não evangélica.

 

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Publicado no Jornal Tribuna de Petrópolis.
 

  


Autor(a): Telmo Noé Emerich
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Petrópolis (RJ)
Natureza do Texto: Artigo
ID: 21001
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