“E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma cousa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.14).
É bastante comum ouvirmos alguma pessoa dizendo: “Eu falo, mas ninguém me escuta”. É verdade que, muitas vezes, os ouvidos das pessoas estão fechados para aquilo que temos a lhes dizer. Às vezes isto acontece até entre pessoas muito próximas. Que bom seria se tivéssemos os ouvidos sempre bem atentos para as pessoas que têm coisas importantes a nos dizer. Seria ótimo se nossos ouvidos estivessem sempre bem abertos para quem precisa desabafar. Saber ouvir é um importante serviço ao próximo.
As palavras bíblicas acima nos falam de Deus como alguém que sabe escutar muito bem. Deus nos ouve sempre. Ele escuta as súplicas de seu povo. Deus tem ouvidos abertos para os que clamam a ele. Se pedirmos alguma coisa a ele, segundo a sua vontade, ele nos ouve.
Por isso nunca precisamos nos acanhar nas nossas súplicas, nas nossas orações, nos nossos pedidos a Deus. Ele escuta sempre. E os ouvidos abertos de Deus nos ensinam a termos ouvidos abertos para o nosso próximo.
É claro que nós, muitas vezes, incorremos num grande erro quando pedimos as coisas a Deus: Não somente pedimos, mas também nos julgamos no direito de definir a hora e a maneira como ele deverá nos atender. Aí está o nosso erro. Somos muito atrevidos ao querermos marcar hora, data e jeito de Deus nos atender. Ora, não podemos ser tão presunçosos assim. Não podemos querer dar ordens a Deus de acordo com as nossas conveniências. O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, não teve este atrevimento. No meio da maior angústia, no jardim Getsêmani, ele orou: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lc 22.42). E na oração que Jesus ensinou aos seus, ele também diz em uma das preces: “Faça-se a tua vontade” (Mt 6.10). Nas súplicas que fazemos a Deus, não é a nossa vontade que deve prevalecer, mas a vontade do próprio Deus.
Assim, não nos acanhemos nas nossas súplicas a Deus. Os ouvidos de Deus estão abertos para tudo o que temos a lhe dizer. Mas, por outro lado, não sejamos tão atrevidos e pretensiosos a ponto que queremos dar ordens a Deus a respeito da maneira como ele deverá atender as nossas orações. Que acima de tudo prevaleça a vontade de Deus.
P. Valdemar Gaede