Meu nome é Natan Schumann, sou o atual coordenador do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE) e vivo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde curso a graduação em Relações Internacionais. Tenho a alegria de ser um dos delegados oficiais nomeados pela IECLB para a 13ª Assembleia da Federação Luterana Mundial (FLM), evento que acontecerá em setembro e que congrega todas as igrejas-membro da FLM para tomar decisões de interesse geral. O tema escolhido para essa Assembleia é Um Corpo, um Espírito, uma Eperança.
A Assembleia é precedida por Pré-Assembleias regionais, tendo a das Américas ocorrido entre os dias 17 e 21 de abril deste ano. Um dos assuntos que mais se destacou foi a liderança juvenil, tendo em vista que, desde uma deliberação da Assembleia de 1984, a FLM implementa cotas de participação de jovens (20%) e mulheres (40%) em todos os seus espaços de tomada de decisão. Apesar disso, a realidade da participação juvenil ainda enfrenta desafios, especialmente no contexto interno de diversas igrejas luteranas.
Numa visão global, a 13ª Assembleia já cumpre a exigência da cota juvenil em seus participantes inscritos. Já nas delegações regionais, esta nem sempre é a realidade: entre as igrejas da América Latina e Caribe, até o mês de abril, havia-se atingido apenas 5% de participação juvenil, sendo a IECLB a única que havia nomeado um jovem como delegado oficial. O tópico foi amplamente debatido e questionado pelas pessoas jovens da região, de modo que conseguiu-se uma vaga adicional para uma representante da juventude da região.
Destacou-se em nossas conversas a compreensão de que essa é apenas uma face dos desafios enfrentados pelas lideranças jovens, sabendo que o corpo de Cristo não estaria completo sem a participação delas. Em nossas comunidades, seja na IECLB ou ao redor do mundo, a juventude ajuda a construir o dia-a-dia da Igreja, convidando à uma reflexão diferente da usual - de que jovens não são apenas o futuro, mas também o presente.
A partir destas reflexões, foi unânime entre os participantes da Pré-Assembleia levar à 13ª Assembleia a demanda de que se formule, sobre bases bíblico-teológicas, uma política de Justiça Intergeracional para a FLM. O objetivo é que se faça com que os processos decisórios incluam e sejam justos para todas as gerações, desde os mais jovens até os mais velhos, num espírito de diálogo, colaboração e mútuo aprendizado.
As perspectivas para o desenrolar desta proposta são positivas, sendo provável que propostas semelhantes também surjam em outras Pré-Assembleias regionais. Sendo assim, a justiça intergeneracional e a liderança juvenil são temas que deverão ser discutidos na plenária da 13ª Assembleia da FLM.
Responsável pelo texto: Natan Schumann