Povos Indígenas: celebrando e vivendo pelos caminhos da esperança

03/12/2004

 

A proposta de celebrar a caminhada de 2004, estimulada pelo Tema do Ano, levou muitas comunidades e frentes de trabalho a fazerem um interessante exercício de avaliação e gratidão pelas realizações deste ano. O Conselho de Missão entre Índios, COMIN foi um destes que recolheu sinais muito concretos em sua caminhada ao lado dos povos indígenas.

A confecção de uma gramática na língua Kulina, preparada pelo Pastor Frank Tiss e lançada durante o XXIV Concílio da IECLB, em outubro deste ano, é um importante passo dado pelo COMIN para elevar a auto-estima dos Kulina, que se denominam Madijá. O pastor Hans Trein, que atua na secretaria do Comin destaca a nossa igreja já desenvolve trabalhos entre os Kulina, desde 1982, primeiro no Alto Purus, Acre, e mais tarde, na região do Médio Juruá, Amazonas. “Nesse caso o evangelho é a elevação da auto-estima num contexto de pré-conceito e discriminação social. A gramática foi a forma de comunicar ao povo Kulina: Deus os ama e quer que vivam!”– ressalta Trein.

Também há sinais concretos de esperança na questão das demarcações e declarações de terras indígenas. A área Deni, no Amazonas foi demarcada, abrangendo um total de 1 milhão e 560 mil hectares. A área Laklanõ, dos Xokleng, em Santa Catarina, foi restabelecida em seu tamanho original, através de portaria declaratória do Ministério da Justiça e apesar de ter sido momentaneamente embargada por uma liminar judicial, a demarcação física da área deverá continuar, tão logo a questão tiver sido julgada. Também no Rio Grande do Sul, a portaria 1.958 do Ministério da Justiça, declarou de posse permanente do grupo indígena Guarani Mbyà a Terra Indígena Cantagalo, com área de 286 hectares.

Hans Trein lembra também a proteção, ânimo concedidos por deus aos obreiros e obreiras do Comin. A missão entre indígenas de parte da IECLB se baseia no ministério da reconciliação que nos é dado por Cristo. É especialmente importante, por causa do encontro histórico entre imigrantes europeus e indígenas, no Brasil. “No contexto mundial, as ideologias vão cedendo mais e mais espaço para a convivência de identidades étnicas e culturais. Ali está a atual ênfase do trabalho pela paz e pela justiça. Diálogo intercultural e inter-religioso está na agenda de quem quer futuro para esse planeta.” - completa Trein.

Fonte: Pastor Hans Trein

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