Desde a Idade Média, em que a Terra era vista como o centro de tudo e o antropocentrismo colocava o ser humano em conexão direta com Deus, a relação com o tempo também mudou. Depois que 100 bilhões de galáxias foram descobertas pelo Hubble e a Terra foi jogada para a periferia de um Universo infinito, a humanidade perdeu referências. Já a evolução tecnológica acelera de tal maneira que já é possível falar em diversas existências numa única geração. Isso afeta dramaticamente as nossas práticas religiosas.
A postulação foi tema de profunda reflexão durante a atualização teológica intersinodal, nos dias 11 e 12 de junho no Centro de Eventos Rodeio 12. Uma centena de ministros e ministras dos sínodos Vale do Itajaí e Norte Catarinense foi conduzida, de forma brilhante e desafiadora, pelo professor de Ciências da Religião e pastor metodista Helmut Renders. O impacto da aceleração do tempo no dia a dia e nossas práticas religiosas foi a temática do professor da Universidade Metodista de São Paulo-UMESP.
Segundo o professor de origem alemã, radicado em São Paulo há três décadas, “a aceleração de todas as coisas confronta o ser humano com a experiência do rápido vencimento da validade de conhecimento tecnológico, da sabedoria cultural e da validade social de comportamentos e atitudes comunitários”.
O significado disso para a nossa realidade eclesial em Santa Catarina foi refletida em grupos, que trataram de uma possível ética de confissão luterana nas redes sociais, passando pelo desafio da revitalização das nossas comunidades e incluindo, também, uma análise da bagagem histórica e das tradições, a mobilidade social e cultural ante a pós-modernidade e a proclamação contextualizada do evangelho.