Estejam sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm.
(1 Pedro 3.15).
Estimada IECLB!
A esperança é uma dimensão fundamental da nossa fé. Ela preenche nossa vida de sentido. Sem esperança, não temos perspectivas. Em meio a situações que sufocam, que nos deixam angustiadas, que tiram nossas forças e nosso ânimo, a esperança se torna nossa aliada. Mesmo em situações de dor extrema, seja física ou emocional, a esperança nos faz enxergar caminhos e possibilidades de superação. A pessoa doente que o diga! Se não fosse a esperança que ela tem e a das pessoas que estão com ela, talvez não teria conseguido sua saúde restaurada. A mãe que passa a noite em claro com seu filho doente, ardendo em febre, se fortalece na esperança de que o dia irá chegar e trazer alívio.
A esperança nos fortalece nas lutas da vida contra a violência, a desigualdade social, o racismo, o preconceito. Há um ditado que diz: “Por mais que destruam as flores e esmaguem os jardins, não impedirão a primavera.” Mas, qual a fonte de toda essa esperança que coloca o ser humano novamente de pé, em busca de viver dignamente?
Este é o tema da primeira carta de Pedro. Ele dirige palavras de encorajamento às pessoas cristãs perseguidas, com medo, inseguras e confusas, para que permaneçam firmes na sua fé (5.12) e fortalecidas na “viva esperança”, para a qual Jesus Cristo as convocou (1.3). Pedro insiste que, em meio a este sofrimento injusto (4.1,19), mantenham os vínculos da amizade e do amor fraternal (1.22; 3.8; 4.8), tenham compaixão e misericórdia no mútuo acolhimento (2.10; 4.9), mantendo-se perseverantes na prática do bem (4.19), pois receberam a promessa da bênção por herança (3.9). Por isso ele fala ao coração das pessoas, sensibilizando-as para o reconhecimento do senhorio de Jesus Cristo, “para estarem prontos a dar razão de sua esperança”.
Na sociedade em que vivemos não faltam promessas de bem-estar e satisfação. A autoajuda é ofertada como possibilidade para “vencer na vida”. Ao mesmo tempo, o mercado se propõe a atender nossos desejos e nos aprisiona em um consumismo desenfreado. O individualismo calcifica nossos afetos. E nossa fé passa a ficar restrita ao nosso mundo particular. Em boa parte, hoje, o ser humano tende a ser autossuficiente, vivendo em isolamento e na solidão.
Em contrapartida, a primeira carta de Pedro nos inspira a viver em comunidade e, a partir dela, “Servir uns aos outros, conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (4.10). Esta vivência comunitária nos dá impulsos para nos tornarmos, cada dia mais, comunidades atrativas, acolhedoras, inclusivas e missionárias, que oram e celebram com gratidão e alegria a esperança viva que brota do coração de Deus em nossos corações. É isso que esperamos do Fórum de Missão que acontece neste mês de abril.
A esperança em Jesus Cristo é fonte de força e vida. Coloca a comunidade de fé em movimento, desafia para a diaconia transformadora, sensibiliza a viver solidariedade e comunhão, na espera da promessa de Jesus: “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3.13).
Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente
P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente
P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente