Meditação da semana

Tu sabes que eu te amo!

06/10/2022

Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro: — Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? — Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! — respondeu ele. Então Jesus lhe disse: — Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela segunda vez: — Simão, filho de João, você me ama? Pedro respondeu: — Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus lhe disse outra vez: — Tome conta das minhas ovelhas! E perguntou pela terceira vez: — Simão, filho de João, você me ama? Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: “Você me ama?” E respondeu: — O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus ordenou: — Tome conta das minhas ovelhas.
(João 21.15-17)

Pedro fora um dos doze que haviam recebido o convite para estarem com Jesus. Conviveu com Jesus ao longo de aproximadamente três anos. E, após a morte de Cristo, Pedro cai em desgosto. Vê-se perdido, pois suas expectativas haviam sido frustradas. Sem falar do remorso de ter negado seu mestre por três vezes. Pedro precisava de um tempo para pensar, e, nada melhor que seu antigo ofício de pescador e o contato com o mar aberto para desopilar sua consciência.

Então, após a ressurreição, Jesus vai ao encontro de Pedro. Jesus não desiste do seu discípulo, mesmo que este aparentemente tenha desistido dele. Jesus vai à praia a fim de cear com seus amigos. E, após a refeição, Jesus pergunta insistentemente se Pedro o amava. E, para quem sabe, compensar cada uma das três vezes que Pedro o havia negado, Jesus por três vezes pergunta: “Simão, Filho de João, você me ama?”

Por meio desse diálogo, Pedro é restaurado. Porém, o que fica evidente nesse relato, é que a premissa básica para o exercício do ministério (pastoreio do rebanho de Cristo) é o amor a Cristo. O amor àquele que chama deve ser o ponto de partida de toda e qualquer atividade ministerial. Sempre que Pedro respondia afirmativamente que amava a Cristo, Jesus lhe respondia: pastoreie, cuide das minhas ovelhas.

Outro aspecto desse relato que chama atenção e toca profundamente, é, quando pela terceira vez, Pedro é inquirido acerca de seu amor por Jesus ele responde: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”.

Talvez a esta altura, Pedro já estivesse cabisbaixo, sem conseguir olhar Jesus nos olhos. No entanto, suas palavras são uma profunda confissão e reconhecimento de quem ele era. Naquele momento, descortinaram-se aos olhos de Pedro todas as vezes que ele agira por impulso, ou que prometera estar com Jesus mesmo que os demais discípulos o abandonassem. Pedro tinha ciência de que Jesus sabia de todas as coisas a respeito dele. Sabia de suas imperfeições e limitações. Sabia até que o seu amor era limitado e imperfeito. Sabia que sua confissão era titubeante. Mas, mesmo assim, Pedro amava a Cristo! E, surpreendentemente, esse amor apresentado por Pedro já era suficiente.

Jesus sabe que o amor que lhe oferecemos é imperfeito, inconstante. Sabe de todas nossas limitações e fraquezas, e, mesmo assim, confia-nos o privilégio e a oportunidade de cuidar do seu rebanho.

Assim como Pedro é chamado para exercer o ministério a partir do amor a Jesus, também nós somos chamados para, a partir da vivência com Cristo e do amor por ele, cuidar do seu rebanho. Que exerçamos o ministério com gratidão e alegria, na certeza de que não o fazemos sozinhos, mas o realizamos na companhia daquele que, de tanto nos amar, entregou Sua vida para nos salvar!

Oração: “Senhor, meu Deus, não sei para onde vou. Não vejo o caminho diante de mim. Não posso saber com certeza onde terminará. Nem sequer, em realidade, conheço-me, e o fato de pensar que estou seguindo a tua vontade não significa que, em verdade, esteja-o fazendo. Mas creio que o desejo de te agradar te agrada realmente. E espero ter esse desejo em tudo o que eu faço. Espero que jamais farei algo de contrário a esse desejo. E sei que, se assim fizer, tu me hás de conduzir pelo caminho certo, embora eu nada saiba a esse respeito. Portanto, sempre hei de confiar em ti, ainda que me pareça estar perdido e nas sombras da morte. Não hei de temer, pois estás sempre comigo e nunca me abandonarás, para que eu enfrente os perigos que me cercam” (Oração de Thomas Merton).

Missionária Débora Ramlow
Paróquia Nova Petrópolis/RS

 


Autor(a): Débora Ramlow
Âmbito: IECLB / Sinodo: Nordeste Gaúcho
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 21 / Versículo Inicial: 15 / Versículo Final: 17
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 68263
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Há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas ações a fazer e, sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar.
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