Lembra de mim, Senhor

Meditação de Sexta Feira da Paixão

09/04/2020

A cena da paixão e da morte de Jesus Cristo é recontada, relembrada e revivida por milhares, ou talvez, milhões de vezes e ainda nos emociona e nos toca. Um homem inocente sendo executado numa cruz de forma tão cruel e injusta. E este homem, abandonado pelos seus companheiros, zombado pelos seus algozes, odiado pelo seu próprio povo enfrenta toda a dor sem queixas, sem lamúrias, sem reclamação. Ao contrário, ele ora pelos seus malfeitores e lhes dirige palavras de amor e de perdão. Tudo isso, mesmo que ouçamos ano após ano, mexe conosco.

No entanto, a morte de Cristo não é apenas uma história tocante e emocionante. Este evento divide a humanidade em dois grupos distintos e bem definidos: os que creem e aceitam a morte de Cristo como expiação pelos pecados de toda humanidade e os que não creem e negam o mérito do seu sacrifício. Já na cena da crucificação isto está muito evidente na figura dos malfeitores crucificados um de cada lado de Jesus. Enquanto um debocha e ridiculariza a Jesus Cristo, o outro se achega a ele em fé.

No diálogo entre o malfeitor e Jesus temos uma mensagem extraordinária. O malfeitor faz o seu pedido: “lembre de mim quando o Senhor vier como Rei!” E Jesus responde: “hoje você estará comigo no paraíso.”

Querido ouvinte. Gostaria de motivá-lo a imaginar-se nesta cena. Coloque-se dentro no cenário da crucificação de Jesus Cristo. Mas não como mero espectador, ou como um observador. Imagine-se lá pendurado em uma das cruzes ao lado de Jesus. Coloque-se no lugar de um dos malfeitores. Sim, porque justamente este é por mérito o nosso lugar. Não é apenas o lugar dos assassinos, dos estupradores, dos ladrões. Lá é também o meu lugar, o seu lugar. E a nossa condenação seria justa. Diante de Deus somos malfeitores. Somos perdidos pecadores. A nossa sentença, a morte – morte eterna.

Nesta condição, qual seria a sua reação? Talvez reclamaria e procuraria se defender ou se justificar, declarando que sua condenação seria injusta, imerecida? Talvez praguejando e xingando a tudo e a todos? Talvez se desesperando diante da morte iminente? Ou talvez, fazendo a única coisa sensata a se fazer naquela situação: reconhecendo a sua culpa e o mérito de seu castigo e dirigir-se a Jesus com o pedido de misericórdia e compaixão?

Querida irmã, querido irmão. Somente quando tivermos entendido que aquele malfeitor, condenado a cruz, recebeu de Jesus o presente da salvação unicamente por causa da sua fé, é que teremos compreendido o que é a maravilhosa e imerecida graça divina. Aquele malfeitor, não teve tempo de reparar os seus erros. Não teve tempo de corrigir as suas atitudes. A sua sentença já estava dada. E lá, pouco antes de morrer encontra a salvação. Jesus lhe garantiu: ainda hoje estarás comigo no paraíso!

O outro malfeitor teve a mesma oportunidade. Porém este não conseguiu crer e morreu sem Cristo.

E você; conseguiu se imaginar na cena da crucificação? Sentiu os pregos atravessarem as suas próprias mãos? Sentiu os seus braços esticados doerem tendo que suportar o peso do seu corpo? Conseguiste clamar a Jesus: lembra-te de mim quando entrares no teu reino? Se assim for, então a morte de Cristo terá valido a pena. Assim a crucificação de Jesus Cristo não será apenas uma história emocionante, mas um fato decisivo em sua vida. Lembre-se sempre: se no mundo inteiro não existisse mais ninguém além de você e Jesus, ainda assim, ele teria morrido exclusivamente por você.

Finalizo esta reflexão com as palavras bíblicas de Gálatas 2.20: Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é que vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Amém.
 


Autor(a): Cleiton Friedemann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Schroeder (SC)
Área: Missão / Nível: Missão - Coronavírus
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 23 / Versículo Inicial: 33 / Versículo Final: 43
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 55944
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