Até na morte, unidos! Quase chegaram aos 60 anos de vida matrimonial. Eram extremamente ligados, sempre em sintonia. Criaram uma bela família em Papanduva, Campo Alegre. Os filhos hoje estão espalhados em diferentes regiões e ofícios. Todos herdaram a simplicidade e o carinho dos pais. Leo e Sabina Mey faleceram no último final de semana, vítimas da Covid. Adoeceram, foram internados e faleceram com poucas horas de diferença. Até parece que resolveram enfrentar o vírus juntos e assim também chegar na presença do Criador. A história do casal está ligada à cidade de Campo Alegre, igualmente à Comunidade Luterana (assim conhecida pelos conterrâneos). No meu coração, fica gravada a imagem daquela mulher dedicada que fazia da arte culinária um dom para servir ao Senhor. Com ela, conheci e saboreei o típico “camarão do campo”. Para que não conhece, basta visitar Campo Alegre. Apesar das dificuldades de saúde, era uma mulher, que envolvia todos aqueles que a cercavam. Uma líder! Com o Leo, era diferente. O tempo passava rápido ao ouvir suas narrativas detalhadas de fatos históricos. Aliás, mais importante do que as narrativas, eram os comentários, por vezes, irônicos. Ele fazia sua própria análise dos fatos, valorizando as pessoas envolvidas. Fatos, nomes e datas não fugiam de sua memória aguçada. Com certeza, a dor é imensa na família. Com certeza, ninguém conseguirá preencher o espaço que o casal deixa na sociedade e comunidade. Mas, a vida continua. Eles completaram a jornada, alcançando a “vitória”. Podem ter perdido a luta à Covid, mas as portas do céu estavam abertas ao Leo e Sabina. Hoje, no colo do Pai, dão graças por tudo o que viveram. Da mesma forma, também agradecemos a Deus pelo presente de ter conhecido e convivido com o casal maravilhoso. Resta agora, continuar a jornada, sabendo que algum dia estaremos todos sentados juntos à mesma mesa, na eternidade. Assim Jesus prometeu. Nessa certeza, vivo.