Eleonore F. Reuss (1835-1903)

Obra e Biografia

29/06/2012

Eleonore F. Reuss (1835-1903) HPD nº 34

Nasceu: 20 de fevereiro de 1835 em Gedern (Hessen), Alemanha
Faleceu: 18 de setembro de 1903 em Ilsenburg (Harz), Alemanha.
Sepultada: Cemitério em Ilsenburg, ao lado da entrada para a Igreja Sta. Maria.

Eleonore Princesa Reuss, nascida Baronesa de Stolberg-Wernigerode, era filha do Barão Hermann de Stolberg-Wernigerode. Em 1838 a família mudou de Gedern (Hessen) para Ilsenburg (Harz). Em 1855 ela casou com o viuvo Príncipe Heinrich Reuss (1798-1886), o qual então contava já com 57 anos de idade. Viveu com ele por 29 felizes anos em Jänkendorf (Oberlausitz1). Ali nasceram seus filhos e muitos dos hinos dela. Após o falecimento do marido (1886) ela voltou para o castelo em Ilsenburg (Harz), onde inicialmente cuidava de sua mãe idosa, a Baronesa Emma de Stolberg-Wernigerode (+1889), e permaneceu até falecer (+1903).

Na Comunidade Evangélica em Ilsenburg Eleonora se engajou em serviços diacônicos e com trabalhos literários. Na lápide de sua sepultura encontram-se gravadas as palavras da última estrofe do hino Se Deus está comigo (HPD nº 160) de Paul Gerhardt: O Sol resplandecente é Cristo, o meu Senhor; cantar alegremente me faz o seu fulgor.

O hino Das Jahr geht still zu Ende (EG nº 26) = Já finda, silencioso, este ano do Senhor (HPD nº 34), da autoria de Eleonore F. Reuss, é muito próprio para meditação no fim do ano. O motivo para este hino foi a notícia do falecimento (em 22-12-1857, com 40 anos de idade) de sua querida amiga Marie von Nathusius2. Ainda impressionada com o acontecimento comovente, Eleonore foi viajar pelo interior. Na estação do inverno tudo inspirava transitoriedade: os campos cobertos de neve, as árvores desfolhadas e os caminhos fechados pelo nevoeiro. Lembrando a falecida amiga, cuja morte combinava tão bem com a natureza no fim dum ano (na Europa) apareceram-lhe na mente os versos do hino. A 1ª estrofe logo indica o tema do hino: Aqui no mundo tudo parece ser gelado e inconstante, porém, nós temos um Deus bondoso que conhece bem nosso coração. Nele podemos confiar em alegria e dor.

Impressionantes são as perguntas da 2ª estrofe:

Porque é tão grande o pranto e breve é o prazer?
E os que amamos tanto nos deixam, ao morrer?
Bons olhos se fecharam, a boca emudeceu
dos que antes nos falaram. Por que, Senhor, Deus meu?

Mas, além de luto e dor, Eleonore também nos transmite a resposta da fé cristã (3ª estr.): No mundo em que vivemos não temos lugar permanente (Hebreus 13,14). Somos somente hóspedes. Andamos por este mundo como por uma ponte que leva para a Pátria eterna, onde haverá júbilo e louvor (4ª estr.). Por isso Podemos, confiantes, na senda prosseguir... (5ª estr.) na certeza de que, mesmo na hora da morte, os braços fortes do Pai eterno nos sustentam. Toda esta reflexão sobre vida, morte e eternidade desemboca numa oração confiante (6ª estr.):

Rogamos, Pai amado, Senhor e Salvador:
Vai tu ao nosso lado, sê nosso protetor!
E mesmo que passemos por ânsia e solidão:
Concede que alcancemos a vida e a salvação!


Fontes:

- Lieselotte von Eltz-Hoffmann, em Lob Gott getrost mit Singen, Quall-Verlag, Stuttgart, 1989

- Kleines Nachschlagewerk zum Evangelischen Gesangbuch für Bayern und Thüringen Wikipedia, die freie Enzyklopädie.

Notas:

1 Oberlausitz = região na parte oriental da Alemanha, entre os rios Elbe e Oder.
2 Marie von Nathusius (*1817, +1857), era escritora de literatura popular. Seu marido Philipp v. Nathusius havia comprado em 1850 uma propriedade em Neinstedt (Harz). Ali Marie fundou o Lindenhof, um educandário para crianças com problemas de educação, e ao mesmo tempo Escola de Diaconia para formação de educadores.

 


Autor(a): Leonhard Creutzberg
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Música
Perfil do Texto: Autor Letra
ID: 15343
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