E AS CRIANÇAS?

18/10/2016

Na semana passada, dia 12 de outubro, celebramos o dia das crianças. Como foi comemorada esta data em sua família, na comunidade ou na sociedade? Percebi que a coincidência da data com o feriado nacional jogou muito mais os holofotes nas comemorações da Nossa Senhora Aparecida/as romarias ou então nos objetos de consumo através das propagandas e compras de presentes do que propriamente no enfoque principal que são este pequeno/grande presente de Deus, ou seja, as crianças em sua essência.

Na carta aos Efésios 6.4, o apóstolo Paulo pede que os pais não se irritem com os seus filhos e os criem com disciplina e de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo. Com estas palavras Paulo “pega no pé” dos pais e das mães e também dos futuros pais e mães. Em resumo, o alvo dessas palavras somos todos nós adultos. Muitas vezes acontece que estamos diante das crianças e achamos que sempre estamos com a verdade. Pensamos que só fazemos o que é certo e que nunca nos enganamos. O apostolo vem dizer algumas verdades a todos nós! Paulo pede a atenção dos pais porque havia alguns irresponsáveis, irritando os filhos e desleixando com o ensinamento cristão. Ele também percebeu que as crianças eram pouco valorizadas. Os adultos se achavam bem mais importantes, cheios do saber e do direito. Jesus foi ainda bem mais radical: Ele disse que, se alguém quer chegar no céu, precisa se tornar como uma criança. Certo dia, Ele ergueu uma criança e falou a todos que Deus dá muito valor para os pequeninos. O apóstolo Paulo nos diz: Vocês devem ser mais responsáveis por vossos filhos.

Bem, você pode pensar ou dizer, isso que Paulo fala não é novidade. Isso já sabemos. Há um antigo ditado que diz: “Uma coisa é saber, outra coisa é fazer”. Um conhecido sociólogo, Herbert de Sousa, disse certa vez: “Infeliz e maldito o país que transforma a criança em objeto de caridade pública. As crianças teriam que ser objeto de amor”. Quantas vezes governantes, pais e a sociedade em geral deixam crianças abandonadas. O abandono a que me refiro não é apenas o abandono material com crianças que vivem na rua, mas o abandono de carinho, abandono de tempo para brincar, abandono de amor, abandono de contar historinhas, de ensinar a orar....

Em algumas periferias de grandes cidades encontram-se relatos de que as ruas andam cheias e as escolas quase vazias. E quantas crianças precisam deixar a escola muito cedo para ajudar no orçamento doméstico? Eis o sinal mais vivo da nossa responsabilidade de lutar para que haja inclusão de todas as crianças. Lutar para que esses valiosos presentes de Deus tenham espaços e vida digna para cultivar sementes de uma sociedade melhor.

Nessa sociedade de consumo tão complexa, que exige cada vez mais tempo e correria das pessoas, não podemos terceirizar tudo. Principalmente não podemos terceirizar os valores de vida e a educação ética e cristã de nossos filhos e filhas. Precisamos ouvir o apóstolo: não provocar a ira dos nossos filhos e instruí-los de maneira cristã. Quero finalizar com um belo conselho que encontramos no livro de Provérbios e diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda que for velha, não se desviará dele (provérbios 22.6).


Autor(a): P. Valdemar Witter
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Missão / Nível: Missão - Criança
Testamento: Novo / Livro: Efésios / Capitulo: 6 / Versículo Inicial: 4
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 39937
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