Desapegando-se da nostalgia, encarando a realidade

05/10/2011

Não é difícil ouvirmos ou então, falarmos a seguinte frase em relação a alguns assuntos: “No meu tempo era diferente”. Temos a impressão que o passado foi melhor. Especialmente, no que diz respeito à educação das crianças e dos jovens. Com a rapidez que as mudanças ocorrem, as gerações ficam cada vez mais distanciadas, num intervalo menor de tempo.

Atualmente, as faixas etárias são classificadas mais ou menos assim:

Geração Silenciosa – Pessoas entre 66 a 90 anos. Enfrentaram dificuldades. Dão grande valor ao emprego e são leais à organização.

Baby Boomers: Pessoas 46 a 65 entre anos. Romperam com a educação tradicionalista e encabeçaram movimentos sociais, pelo amor livre e emancipação das mulheres. São idealistas. Começaram a trabalhar cedo.

Geração X: Pessoas entre 30 e 45 anos. Nasceram quando a TV chegava à maioria dos lares brasileiros e se instaurava a cultura de consumo. Não toleram os limites hierárquicos. Proporcionam aos filhos uma educação baseada no diálogo.

Geração Y: Pessoas com 20 a 29 anos. Conheceram a tecnologia cedo e são extremamente hábeis para operar as ferramentas digitais. Desfrutam das facilidades materiais e por isso, são apegados aos seus bens. Buscam qualificação antes de entrar no mercado de trabalho e esperam retorno rápido desse investimento.

Geração Z: Composta por jovens entre 12 e 19 anos. É a geração multitarefa. É rápida. Transita em alta velocidade por diversos interesses. Ouve música, fala ao celular, navega na internet... tudo ao mesmo tempo e agora. Muda de opinião assim como troca o canal da TV.

E por fim, a Geração Alpha (Até 11 anos): Já nasceram num mundo conectado em rede, o que certamente influenciará de maneira decisiva a formação deles.

Em muitos lares há duas, três ou até mesmo quatro dessas gerações. O conflito entre essas faixas etárias, às vezes se torna inevitável. Nas nossas comunidades, ocorrem também conflitos entre gerações, ou ocorre algo pior, pergunta-se onde estão os mais jovens, que parecem não querer saber de igreja.

Podemos pensar que conflitos, desentendimentos, falta de comprometimento e individualismo são características dos tempos de hoje, características das novas gerações. Não é isso que a carta de Paulo aos filipenses nos diz.

O apóstolo Paulo tinha grande experiência de vida comunitária. A partir de suas viagens missionárias e da pregação do Evangelho de Cristo muitas comunidades foram iniciadas. Ele sabia perfeitamente que uma comunidade onde as pessoas estivessem reunidas somente para buscar seus próprios interesses, estaria com seus dias contados. Pois onde egoísmo, vaidade, individualismos estão, lá também há desunião, divisão e desentendimento (Fp 2.3-4).

Para evitar a desintegração da comunidade de Filipos, Paulo lembra que Cristo é o elo que une a comunidade: Por estarem unidos com Cristo, vocês são fortes (Fp 2.1) É em Cristo e em seu exemplo que deve estar a base para a união da comunidade.

Não somos igreja para atender determinada geração, satisfazer desejos ou bajular as pessoas. Enquanto o foco da igreja estiver em atender as demandas pessoais, ela estará mirando no alvo errado. Precisamos buscar a comunhão com Jesus Cristo, testemunharmos essa comunhão e viver ela em nossos relacionamentos. É necessário termos como fundamento o Evangelho da cruz de Cristo e vivermos a novidade de vida que há por meio da salvação que Cristo Jesus nos oferece.

Outras gerações virão, novas características e desafios, porém, é nosso desafio hoje, anunciar que Jesus Cristo é o Senhor. Ele foi, é, e será para sempre. Em todos os tempos, independente de qualquer espírito da época, de qualquer idade, os joelhos são convocados a se dobrarem perante Ele (Fp 2.11-12).

Que a paz de Deus, que é maior do que tudo que se possa crer e compreender guarde nossos corações e mentes em Cristo Jesus em todo tempo.
 


Autor(a): Bianca Bartsch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Belo Horizonte (MG)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 9190
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