Cuidado com os animais domésticos

01/12/2000

Cuidado com os animais domésticos

• Carla C. Hasenack •

Como diz o título, animais domésticos são animais do lar, do nosso lar. O cão, o gato, o passarinho, o hamster, a tartaruga, seja qual espécie for, uma vez fazendo parte do nosso lar, temos que cuidar deles tal qual cuidamos de tudo que faz parte desse lar, ou até melhor, já que se trata de seres vivos. Os animais domésticos — para simplificar, falemos do cão e do gato — são seres com vida semelhante à nossa. O que acontece conosco também ocorre com eles, mas de forma mais rápida, já que vivem menos, e assim servem de exemplo para nós.

Na verdadeira convivência com eles, já aprendemos muito sobre a prática de como cuidar dos animais domésticos. É só prestar atenção, e veremos o básico.

Alimentação

Falando de alimentação de cães e gatos, primeiramente a higiene é fundamental. Os pratos devem estar limpos, sem sobras de alimento velho. A água deve ser trocada várias vezes ao dia, principalmente no verão. Em uma alimentação saudável está a maior parte da saúde do animal. Pode-se oferecer comida caseira, cozinhada para eles, devendo um terço do prato conter carne e, dois terços, arroz e legumes. Acrescentar pouco sal, quase nada. Muito importante é o acréscimo de óleos poliinsaturados, como, por exemplo, azei-te de girassol, de canola ou de milho, sobre o alimento já servido no pratinho. Mas, hoje em dia, também temos uma infinidade de produtos comerciais: rações de manutenção para o dia-a-dia de uma animal saudável ou mesmo rações de tratamento.

As patologias são tratadas com medicamentos, mudanças de manejo e dieta. Acostumando um filhote desde cedo com ração — e isso já deve acontecer nas três primeiras semanas de vida —, será mais fácil fazer adaptações na dieta, conforme novas situações: gestação, obesidade, cirurgias, estresse, enfermidades agudas ou crônicas, envelhecimento (rações específicas para cada faixa etária). Quando a opção for a ração, será importante usá-la de acordo com a indicação de cada fabricante: a quantidade de alimento conforme o peso do cão ou gato, seguindo a tabela do pacote, e não oferecer a quantidade diária numa única porção.

Cuidados especiais

Os dentes deveriam ser escovados, pelo menos, uma vez por semana, principalmente em se tratando de cães de raças pequenas. Já existem produtos prontos, rações especiais, biscoitos, courinhos comestíveis, que auxiliam na prevenção do tártaro. Cães e gatos também precisam de atendimento odontológico, o qual deveria ser preventivo, uma a duas vezes por ano.

Quanto ao ambiente, este deve ser limpo, com áreas sombreadas e outras com sol e com espaço suficiente de acordo com o tamanho, a fisiologia e o temperamento de cada espécie e raça. As fezes do local devem ser recolhidas regularmente, para ajudar na prevenção de parasitoses. Há ovos de vermes que podem permanecer viáveis durante anos e são muito resistentes aos desinfetantes. Como não é possível manter o animal em um ambiente estéril, convém dar vermífugo, dependendo a frequência de cada situação (hábitat, clima, época do ano, idade do animal, sensibilidade individual). Normalmente, é suficiente uma everminação a cada dois meses, no filhote, e a cada quatro meses, no adulto.

Higiene

O banho normalmente é suficiente a cada 15 ou 30 dias, variando a necessidade de acordo com o ambiente, a raça e o tipo de convívio com o animal. Convém usar xampus ou sabonetes neutros e, preferencialmente, os de uso veterinário. Caso precise, usar antipulgas e carrapaticidas. Há no mercado produtos muito eficazes, seguros tanto para o animal quanto para o seu aplicador.

Para cada filhote há um esquema de vacinação, dependendo este da imunidade recebida de sua mãe (considerar se a mãe foi bem preparada para a gestação: everminada, dieta apropriada, vacinas em dia) e das condições de saúde individuais. Geralmente inicia-se, em cães e gatos, a vacinação aos dois meses de idade e aplica-se um ou dois reforços após 30, respectivamente 60 dias. O veterinário estudará junto com o dono do animal um esquema de vacinação que ofereça a melhor proteção possível. Quando adulto, uma vacinação anual costuma ser suficiente.

Orientação profissional É importante levar o animal ao veterinário logo que adquirido. O profissional de saúde é, em primeiro lugar, um orientador, atuando na medicina preventiva e objetivando a saúde do animal e, consequentemente, de seu proprietário, para que a convivência seja segura e traga alegrias. Um tratamento curativo sempre é mais desgastante para o animal e seu dono.

Para cuidar dos animais domésticos, temos que olhar de ser vivo para ser vivo e enxergaremos muitas de suas necessidades. Eles agradecem e retribuem, sem nos julgar, a dedicação e o afeto que lhes dispensamos e que, às vezes, deixa a desejar. Essa retribuição poderia ser tema de outro artigo. Cada bichinho de estimação é uma âncora para o lar e, pela sua presença e sua espontaneidade, muito pode favorecer a harmonia e a estabilidade psicológica.


A autora é veterinária e reside em São Leopoldo, RS


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Autor(a): Carla C. Hasenack
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2001 / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2000
Natureza do Texto: Artigo
ID: 32977
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