Construindo Desenvolvimento Sustentável
Se fôssemos reduzir a população do mundo inteiro a uma aldeia de 100 habitantes, utilizando como critério os mesmos padrões usados para o Relatório Anual das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Humano, e mantendo a proporção atualmente existente, teríamos o seguinte quadro:
- 57 asiáticos - 21 europeus
- 14 americanos (norte, centro e sul)
- 8 africanos
- 52 mulheres
- 48 homens
- 30 brancos
- 70 negros, indígenas e asiáticos
- 30 cristãos
- 70 não-cristãos
- 6 pessoas possuiriam 59% da riqueza da aldeia (todas seriam dos EUA)
- 80 viveriam em casas e condições inabitáveis
- 70 seriam analfabetas e 1 teria estudo universitário
- 50 sofreriam de desnutrição...
Os dados retratam um modelo de desenvolvimento insustentável e mantê-lo é insano e irresponsável. Não é possível aplicar para dois terços da humanidade os mesmos padrões de consumo praticados pelos países ricos do Hemisfério Norte, liderados pelos EUA. O planeta tem limites e os recursos naturais disponíveis simplesmente não permitem tal reprodução. É o que a ONU e as Conferências sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio 92 e Rio +10/Johannesburgo 2002) vem tentando mostrar ao mundo.
A Federação Luterana Mundial fala de Desenvolvimento Sustentável como um processo de mudanças através das quais se realizam as necessidades e os direitos humanos básicos de indivíduos e comunidades em nossa sociedade, e que, simultaneamente, protegem as necessidades e os direitos humanos básicos (econômicos, sucias, culturais e ambientais) de outras comunidades e de gerações futuras.
Ao explicar este conceito, o Secretário Geral da FLM, Dr. Ishmael Noko, disse que na verdade, temos que viver hoje como se estivéssemos tomando o mundo emprestado de nossos netos e bisnetos! Desenvolvimento sustentável se baseia na primazia das pessoas e da natureza no processo de desenvolvimento, que assegure e fortaleça a vida para hoje e para as gerações futuras.
O compromisso com desenvolvimento sustentável fundamenta-se e é impulsionado pela fé que cristãos confessam no trino Deus. O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas, e através da Palavra pronunciada na criação (Gênesis 1.2ss) Deus criou tudo o que existe — o cosmo, a natureza, todas as criaturas, as plantas, e os seres humanos — formando uma rede de vida interdependente. E viu Deus que era muito bom! (Gênesis 1.31). Criados à imagem de Deus, os seres humanos — homens e mulheres — são chamados a cuidarem responsavelmente — a serem mordomos — a manter e a desenvolver o que Deus criou. Deus equipa os seres humanos com a vida, a dignidade, a liberdade, a capacidade e o necessário conhecimento para participar produtivamente no lavrar e guardar o jardim (Gênesis 2.15), sempre respeitando um ao outro e os limites da criação. Os seres humanos estão continuamente transformando esta boa criação de Deus na condição de co-criadores, cooperando com Deus na história. Através de tal atividade é mantida a vida em comunidade e sustentada a criação, correspondendo à sabedoria criadora de Deus.
TÉCNICA:
Material:
1. Prepare uma mesa com poucos lugares e com alimentos em fartura e variedade (pães, bolos, bolachas, cucas, café, leite, chá, etc.). Quanto mais incrementada e bem arrumada a mesa melhor.
2. Prepare uma segunda mesa com muitos lugares e com apenas uma jarra de água, pqucos copos e alguns pedaços de pão.
3. Entre as mesas, faça uma divisória com cadeiras, como uma cerca.
4. Divida o grupo em dois. Em um grupo ficam cerca de 10% das pessoas do grupo todo. No outro, 90%.
5. Peça para cada grupo escolher um líder, que será o porta-voz do grupo e o único autorizado a manter contato com o líder do outro grupo.
6. Coloque o grupo menor na mesa farta e o grupo maior na mesa da água e do pão e diga que comam e bebem à vontade.
7. Dê um tempo de 15 a 30 minutos.
8. Depois reúna os dois grupos e coordene um diálogo sobre o que aconteceu, como se sentiram, o que fizeram para resolver a diferença entre os grupos, que relação a técnica tem com o tema do encontro, o que podemos fazer para resolver o problema da concentração de renda, como essa situação nos afeta e a nossa comunidade.
9. Encerre com a partilha, onde todos podem ter acesso à mesa farta.
Silvio Schneider, Pastor, secretário executivo da Fundação Luterana de Diaconia