Bem-vindo Pastor Schünemann!

09/11/1969

Bem-vindo Pastor Schünemann!

A Diretoria de nossa comunidade tem a grata satisfação de comunicar a todos que após entendimentos iniciais com o P. Kräutlein e posteriores com o nosso Presbitério, obtivemos para trabalhar aqui no Rio o P. Gustavo Schünemann. Como as suas atividades incluirão a supervisão do trabalho social em nosso prédio da Zona Sul, se torna extremamente significativo o trecho a seguir publicado, e extraído de sua prédica de apresentação.
Desejamos ao P. Schünemann e família um tempo abençoado aqui em terras cariocas.


Em nossa pátria brasileira existe o grave problema social. A todo momento e em toda parte, principalmente, nas grandes metrópoles encontramos gente subnutrida, maltrapilha, doente, desamparada. Milhares de patrícios vivem em favelas, analfabetos, sem profissão definida, criminosos, sem as condições mínimas para uma existência digna de homens. Sabemos que há um complexo de fatores que contribuem para esta deplorável situação Sabemos também que a maior assistência que se pode dar em forma de habitações dignas, de mercado de trabalho, de aumento das rendas, de nutrição, de vestuário, de higiene e ampara médico-dentário, não será capaz de resolver este problema de tamanhas proporções em poucos anos.

Sendo o problema, como de fato é, de amplitude nacional, são chamadas todas as forças vivas a contribuir com a sua parcela para solucioná-lo. A nossa Igreja, como todas as igrejas cristãs, é chamada a dar a estas populações o que tem de melhor, de mais precioso: s pregação do Evangelho. Mas não pode fazê-lo só com os lábios, deve ao mesmo tempo, fazê-lo com as mãos. Não pode ficar na teoria, tem que ir também à prática. Não pode pregar, prometer dias melhores para o futuro, tem que oferecer soluções no presente. Precisa levantar sinais de solidariedade humana!

Somos, pois, como cristãos, chamados a dar a nossa contribuição e cada um de nós dentre de suas possibilidades, dando o seu tesouro e tempo e oferecendo os seus dons em favor dos necessitados.

Além do trabalho espiritual, que como Igreja Cristã sempre devemos oferecer aos nossos próximos, devemos também oferecer um trabalho social, quer realizemos cursos de alfabetização, de corte e costura, de trabalhos manuais, de higiene, de alimentação, de puericultura, quer prestemos serviços dentários e médicos e outros.

Neste serviço e nesta assistência espiritual e social, no âmbito da comunidade ou em cooperação de várias comunidades, como igreja institucionalizada, reclama-se de nós contribuições materiais. Será o campo onde podemos fazer uso correto de nossos bens, empregando-os para o bem físico e espiritual dos nossos próximos. Devemos fazê-lo também em cooperação com outras entidades assistenciais, igrejas, governo. Todos juntos hão de oferecer também cursos para especialização em mão de-obra profissional, como sejam de mecânica, de desenho técnico, das mais variadas artes industriais, técnicas comerciais e agrícolas.

Felizmente constatamos nos últimos anos que há um despertamento para o serviço social, tanto por parte do governo, como por parte de igrejas e outras entidades, atacando todos seriamente este grave problema.

[Extrato da prédica proferida pelo Pastor Gustavo Adolfo Schünemann por ocasião de sua apresentação no Rio de Janeiro.]

Fonte: Revista da Comunidade Evangélica Luterana do Rio de Janeiro, novembro/dezembro de 1969.
 

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